Nenhum vento poderá desviar a minha barca…
Nenhum raio mudará o meu caminho…
Eparrei Oyá!
Sinta a Energia e Vibração Positiva, e o que realmente significa Iansã na Umbanda.
Iansã é a Deusa da Tempestade, do Fogo e da Sensualidade.
Simboliza as mulheres guerreiras e todas as pessoas que têm determinação e vivacidade. Destemida e justiceira, teme nada. Mostra o seu amor e sua alegria contagiante na mesma proporção que exterioriza a sua raiva e o seu ódio.
É a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento. Capaz de grandes esforços para conquistar os homens e para proteger seus rebentos. Sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor.
É o retrato da mulher dos Séculos 20 e 21, a mulher batalhadora que vende quitutes no mercado para sustentar seus noves filhos.
Iansã é a Paixão
Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão.
É o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido.
Iansã é o Vento
É agitada como próprio vento, extrovertida e sensual como poucas.
Vento e brisa que alivia o calor, no entanto é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, dos cabelos, que arranca árvores, derruba casas, sustenta o fogo, espalha sementes.
Iansã é Transformadora
Tem também ligação com a floresta, onde se esconde, entra como mulher e se transforma num búfalo, cujo animal considerado Sagrado e Nobre por muitas tribos, pela sua carne que alimentava o povo, o couro que fornecia suas roupas e abrigos, os ossos que fornecia suas ferramentas.
Propícia a caça e alimento abundante.
Iansã é o Fogo
É a quentura, o aquecimento, o aconchego e a proximidade. O fogo das paixões, da alegria, o fogo que dá a faísca, o impulso de temperamento forte, sensual e autoritário.
É a lava vulcânica destruidora, a devastação e o incêndio pelas chamas.
Iansã é o Raio
É a beleza desse fenômeno natural, é o seu poder, a sua eletricidade. É o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões e máquinas.
Iansã esta presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela, é a energia viva, pulsante, vibrante. Orixá intimamente ligada aos avanços tecnológicos
Iansã é a Senhora dos Espíritos – dos Mortos
Senhora dos eguns. É ela que servira de guia, quem indicará o caminho, ao lado de Obaluaiê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo.
Iansã Percorre Vários Reinos Para Aprender
Um pouco de Lenda...
Foi a paixão de Ogum, Oxaguian, Exu. Conviveu e seduziu Oxóssi, Logun-Edé e tentou em vão, relacionar-se com Obaluaiê.
Em Ifé, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do manuseio da espada e o direito de usá-la. No auge da paixão por Ogum, Iansã partiu, indo a Oxogbô, terra de Oxaguian, aprendeu e recebeu o direito de usar o escudo para se proteger. Quando Oxaguian estava tomado de paixão por Oyá, ela partiu.
Pelas estradas deparou-se com Exu, com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxóssi, seduziu o Deus da caça, aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal com ajuda da magia aprendida com Exu.
Seduziu o jovem Logun-Edé, filho de Oxóssi e Oxum com ele aprendeu a pescar. Oyá partiu, para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto. Uma vez chegando ao reino de Obaluaiê, Iansã tratou de insinuar-se:
- Como vai Senhor das Chagas?
Obaluaiê responde:
- O que Oyá quer em meu reino?
Por sua vez Iansã responde:
- Ser sua amiga, conhecer e aprender, somente isso. E para provar minha amizade dançarei para você a dança dos ventos! (Dança da qual Iansã usou para seduzir reis como Oxóssi, Oxaguian e Ogum).
Durante horas Iansã dançou, sem emocionar e sequer atrair a atenção de Obaluiê, incapaz de seduzi-lo, Obaluiê jamais se relacionou com ninguém, Iansã então procurou apenas aprender, fosse o que fosse, assim dirigiu-se ao homem palha:
- Obaluaiê, com Ogum aprendi a usar a espada, com Oxaguian o escudo, com Oxóssi a caçar, com Logun-Edé a pescar, com Exu os mistérios do fogo. Falta-me apenas aprender algo contigo. Obaluaiê por sua vez:
- Você quer aprender mesmo, Oyá? Então ensinarei como tratar os mortos!
De inicio Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e com Obaluaiê, aprendeu a conviver com os eguns (espíritos de baixa luz) e a controlá-los. Partiu então Oyá para o reino de Xangô, lá acreditava que teria o vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do Deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais que isso… Aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela seu coração.
Iansã Relação com os Astros
Marte
Faz referência à energia do Fogo
Ativa, Corajosa e Energética
Simboliza também a energia criativa associada ao animais, bem como o instinto de competição e a capacidade de impor nossa vontade. Revela a potencialidade para decidir, impulsionar, desbravar, penetrar, interferir, lutar. Marte sustenta e afirma a individualidade, promove a ação. Pode conduzir a competição, a luta, é com Marte que a pessoa tem energia e inteligência para enfrentar seus desafios e realizar seus propósitos.
Júpiter
Faz referência à energia do Ar
Ponto de Expansão da Alma
Representa o poder, a autoridade, a sabedoria e a razão, ponto de expansão da alma. Júpiter apresenta-se como uma pessoa otimista, sábia e cuja autoridade não precisa ser imposta pela força, pois ela impõe-se por si só.
Mercúrio
Faz referência à energia do Movimento, Comunicação e Eloquência
Mercúrio teve o seu nome atribuído pelos romanos baseado no mensageiro dos Deuses, de asas nos pés, porque parecia mover-se mais depressa do qualquer outro planeta. Deus Mercúrio é o mensageiro do Deus Júpiter.
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, esta entre o Sol e Vênus e pode ser visto a olho nu, ao amanhecer e ao entardecer. A temperatura na superfície do lado mais próximo ao Sol chega a 427 graus Celsius, uma temperatura quente o suficiente para derreter estanho. No lado oposto, ou lado da noite, a temperatura desce a -173 graus Celsius.
Lua
Faz referência à energia Feminina, Magia, Mudança – Influência Direta
A Lua é o nosso satélite, um pouco a nossa segunda casa no espaço, é o único satélite natural da Terra e tem uma influência direta sobre a Terra e sobre nós seres humanos. É o segundo astro mais brilhante nos céus. Considerado um planeta telúrico de pleno direito.
Ligada as energias femininas e emocionais mais profundas, está associada ao sonho, à imaginação, ou algo, que primeiro fica incubado para surgir noutro momento como a gestação, que é feita na escuridão.
A Lua é o pêndulo da Terra, exerce influência irrefutável, não só sobre nosso planeta, mas também na psique e no espírito humano. Dentro da magia e desde tempos remotos aprendeu-se a reconhecer e utilizar os poderes mágicos da Lua, é um dos elementos mais importantes na análise astrológica, pois governa nossos instintos mais básicos e primários, nossa maneira intuitiva de ser, nosso lado mais sensível e emocional.
A Lua simboliza nossa alma, nossos sonhos, nossas fantasias e outras manifestações do “Eu” profundo e inconsciente.
Significados
· Nome Iansã: Mãe nove vezes
· Iansã Oyá: Oyá relaciona-se com todos os elementos da natureza.
Oyá é puro movimento, não pode ficar parada para não extinguir sua energia. O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos espaços.
Oyá é puro movimento, não pode ficar parada para não extinguir sua energia. O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos espaços.
· Saudação: Eparrei-Oyá! (Êpa-hê-Oyá)
Èépàà – representa uma recomendação de calma, expressando quase terror diante de um poder incontrolável para o homem.
Heyi – é a reprodução do brado gutural emitido por Oyá quando, incorporada em seus filhos identifica-se aos presentes.
Èépàà – representa uma recomendação de calma, expressando quase terror diante de um poder incontrolável para o homem.
Heyi – é a reprodução do brado gutural emitido por Oyá quando, incorporada em seus filhos identifica-se aos presentes.
· Ponto de Força: Bambuzal, pedreira, beirada do mar, cachoeira, cemitério, sempre em campos abertos.
· Dia da Semana: Quarta-feira juntamente com Xangô.
· Elementos: Vento, chuva, tempestade, raio e fogo.
· Cores: Vermelho, amarelo e coral
· Pedras: Citrino, Topázio Imperial e Âmbar
Instrumentos
Eruxin
Eruexim ou iruexim, chibata feita de rabo de cavalo e/ou búfalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal que Iansã segura em uma das mãos quando dança para impor respeito, proporcionar vento e espantar e/ou encaminhar os eguns (espíritos de baixa luz), é o signo de poder Ioruba.
Espada Flamejante
De cobre, que faz dela a guerreira do fogo.
Cobre o elemento metálico, de cor característica castanho-avermelhada, univalente e bivalente, maleável, condutor de eletricidade e de calor.
Dois Chifres de Búfalos
Símbolos de virilidade que proporciona a fecundidade e quando emitem som.
Quando Iansã deixa Ogum e decide voltar para floresta dá a seus filhos os chifres para que possam bater em caso de necessidade, com esse sinal ela iria socorrê-los imediatamente. E por esse motivo os chifres estão presentes nos assentamentos de Iansã.
Algumas Ervas de Iansã
- Alecrim-do-Campo
- Alface
- Altéia
- Bambu
- Cambuí Amarelo
- Cravo-da-Índia
- Eucalipto-Limão
- Gengibre
- Louro
- Urucum
Sincretismos
Aqui será somente um resumo dos sincretismos com Iansã, pois são assuntos para matérias futuras.
Deusa Têmis
Deusa grega guardiã dos juramentos e da lei. Seu nome significa “Aquela que é posta, colocada”.
Filha de Urano (o céu, o paraíso) e de Gaia (a Terra), criada juntamente com Nêmesis (Deusa da Ética). Segunda esposa de Zeus, tinha três filhas:
Eunômia (a Disciplina), Diké (a Justiça) e Eiriné (a Paz)
Além do poder de Atração de sua Dignidade, Têmis também tem como atributo sua Grande Beleza.
Deusa Maat
Na mitologia egípcia, Maet ou Maat, filha de Rá é a Deusa da Justiça e do Equilíbrio. É representada por uma mulher jovem exibindo na cabeça uma pluma. Com a pena da verdade ela pesava as almas de todos que chegassem ao Salão de Julgamento subterrâneo.
Valquírias
Na mitologia nórdica (também chamada de mitologia germânica, mitologia viking ou mitologia escandinava), as Valquírias eram deidades menores, servas de Odin.
O termo derivado do nórdico antigo Valkyja em sua tradução literal significa “As que escolhem os que vão morrer“.
As Valquírias eram belas e jovens mulheres que montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo quais guerreiros, os mais bravos, recém-abatidos entrariam no Valhala (local onde os guerreiors vikings eram recebidos após terem morrido, com honra em batalha).
Santa Bárbara
Protetora contra os Relâmpagos, Tempestades e Protetora dos Mineiros.
Era o século III… Diocleciano, governador da Nicomédia (Ásia menor), procurava controlar a crise de seu Império, nessa época, crescia muito o número de cristãos, inclusive entre famílias nobres.
Isto aconteceu na família de Bárbara, uma jovem bela e de condição nobre. Seu pai, Dioscuro, era um alto funcionário do Imperador, e para ele apenas a vontade do Imperador era o que deveria seguir. Bárbara, porém, acreditava no Amor e num Mundo mais Humano e Mais Justo.
Joana D’arc
A guerreira que era orientada por Vozes de Santos.
Joana D’arc foi uma das mulheres mais importantes, forte e guerreira que o mundo já conheceu. Nasceu em 1412 na França, pertencia a uma família de camponeses, foi educada para ser uma boa esposa e era praticamente analfabeta. Ao completar 13 anos a jovem ouve uma voz (de São Miguel), que lhe fala da desgraça que há na França e a incentiva a ajudar o Rei Carlos VII.
São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, serão as companhias de Joana D’arc.
Maria Madalena
A grande Discípula e Companheira do Salvador.
Maria Madalena é citada como aquela da qual foram expulsos sete demônios, e falava-se uma mulher pecadora e considerada pela igreja católica “A Prostituta” (que anos depois a igreja mudou retirando o termo e a ofensa) que ungiu os pés de Jesus. Maria Madalena estava juntamente com a Virgem Maria aos pés da cruz, na agonia da crucificação e foi ela também quem viu o Cristo ressuscitando.
Maria Madalena é, com certeza uma das personagens mais enigmáticas do Novo Testamento.
Falar sobre Iansã é assunto para um livro como de qualquer outra divindade, coloquei os pontos mais importantes sobre este Belo Orixá, espero que apreciem!
Fonte: Trechos retirados da apostila referente ao estudo:
LENDAS, RITUAIS E OFERENDAS DOS ORIXÁS
Escrito e Ministrado por Mãe Mônica Caraccio – Umbanda Carismática
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