![]() |
![]() |
O Kardecismo e a Linha Branca de Umbanda
Quem vive e sente a pureza da Umbanda está sempre Feliz, pois sabe que mesmo nos momentos difíceis está evoluindo e aprendendo... Até quando tropeçam, tropeçam para frente. Vovô Joaquim d’Angola.
![]() |
![]() |
O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado"
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9.)
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Kardec - Cap.XVII
Quando eu me encontrava corporalmente entre vós costumava dizer que aí se tinha a fazer uma História do Espiritismo, que seria interessante. É ainda o que hoje penso, e os elementos que eu havia reunido para esse fim poderão servir um dia para a realização dessa idéia. É que eu estava, com efeito, melhor colocado do que qualquer outro para apreciar o curioso espetáculo provocado pela descoberta e a vulgarização de uma grande verdade. Eu ontem pressenti e hoje sei que ordem maravilhosa, que inconcebível harmonia presidem a concentração de todos os documentos destinados a formar a nova obra. A benevolência, a boa vontade, o devotamento absoluto de uns; a má-fé, a hipocrisia, as manobras malévolas de outros, tudo concorre para assegurar a estabilidade do edifício que se eleva. Entre as mãos das Potências Superiores que presidem a todas as formas de progresso, as resistências inconscientes ou simuladas, os ataques objetivando semear o descrédito e o ridículo, transformam-se em instrumentos de elaboração.
O que não se fez! Que motivos não foram utilizados para sufocar a criança no berço!
O charlatanismo e a superstição quiseram, cada um por sua vez, apoderar-se dos nossos princípios para explorá-los em seu proveito. Todos os raios da imprensa troaram contra nós, ironizaram as coisas mais respeitáveis, atribuíram ao Espírito do Mal os ensinamentos dos Espíritos mais dignos de admiração e de veneração universais. Apesar disso, todos esses esforços reunidos, essa coalizão de todos os interesses contrariados, só conseguiram demonstrar a impotência dos nossos adversários.
É no meio dessa luta incessante contra os preconceitos estabelecidos, contra os erros consagrados, que se aprende a conhecer os homens. Eu sabia, ao me devotar à obra de minha predileção, que me expunha ao ódio de uns, à inveja e ao ciúme de outros. A rota estava semeada de dificuldades sempre renovadas. Nada podendo contra a Doutrina, atacavam o homem; mas, por outro lado, eu estava forte porque havia renunciado à minha personalidade. Que me importavam as tentativas da calúnia? Minha consciência e a grandeza do objetivo me faziam esquecer espontaneamente os tropeços e os espinhos do caminho. Os testemunhos de estima e de simpatia que recebi dos que me apreciavam foram a mais doce recompensa, por mim jamais ambicionada. Mas, infelizmente, quantas vezes eu teria sucumbido ao peso da minha tarefa, se a afeição e o reconhecimento da maioria não me fizessem esquecer a ingratidão e a injustiça de alguns. Porque, se os ataques a mim dirigidos encontravam-me sempre insensível, devo entretanto dizer que eu era penosamente atingido quando encontrava falsos amigos entre aqueles de que tudo esperava.
Após a minha volta ao Mundo dos Espíritos, reencontrei um certo número desses infelizes. Estão arrependidos, lamentam sua inação e suas más decisões, mas não podem recuperar o tempo perdido! Voltarão logo à Terra com a firme resolução de contribuir ativamente para o progresso, mas estarão ainda em luta com suas velhas tendências, até que consigam triunfar definitivamente.
* Estamos incessantemente cercados por uma nuvem de Espíritos que, nem por serem invisíveis aos nossos olhos materiais, deixam de estar no espaço, em redor de nós, ao nosso lado, espiando os nossos atos, lendo os nossos pensamentos, uns para nos fazer bem, outros para nos fazer mal, segundo os Espíritos bons ou maus.
* Pela inferioridade física e moral de nosso globo na hierarquia dos mundos, os Espíritos inferiores aqui são mais numerosos que os superiores.
* Entre os Espíritos que nos cercam, há os que se ligam a nós, que agem mais particularmente sobre o nosso pensamento, aconselhando-nos, e cujo impulso seguimos sem nos apercebermos; felizes se escutarmos a voz dos bons.
* A obsessão jamais se dá senão por Espíritos inferiores. Os bons Espíritos não produzem nenhum constrangimento: aconselham, combatem a influência dos maus, afastam-se, desde que não sejam ouvidos.
* O grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz marcam a diferença entre a obsessão, a subjugação e a fascinação.
A obsessão é a ação quase que permanente de um Espírito estranho, que leva a pessoa a ser solicitada por uma necessidade incessante de agir desta ou daquela maneira e de fazer isto ou aquilo.
A subjugação é uma ligação moral que paralisa a vontade de quem a sofre, impelindo a pessoa às mais desarrazoadas ações e, por vezes, às mais contrárias ao seu próprio interesse.
A fascinação é uma espécie de ilusão produzida, ora pela ação direta de um Espírito estranho, ora por seus raciocínios capciosos; e esta ilusão produz um logro sobre as coisas morais, falseia o julgamento e leva a tomar-se o mal pelo bem.
* Por sua vontade pode sempre o homem sacudir o jugo dos Espíritos imperfeitos, porque em virtude de seu livre-arbítrio, há escolha entre o bem e o mal. Se o constrangimento chegou a ponto de paralisar a vontade e se a fascinação é tão grande que oblitera a razão, então a vontade de uma terceira pessoa pode substituí-la.
Por idêntico motivo não usamos o vocábulo demônio na acepção de Espírito imperfeito, de vez que freqüentemente esses Espíritos não valem mais que os chamados demônios: é apenas por causa da especialidade e da perpetuidade que estão ligadas a este vocábulo. Assim, quando dizemos que não há demônios, não queremos dizer que apenas existam bons Espíritos; longe disto: sabemos muito bem que os há maus e muito maus, que nos solicitam para o mal, armam-nos ciladas e isto nada tem de admirável, porque eles foram homens. Queremos dizer que não formam uma classe à parte na ordem da Criação, e que Deus deixa a todas as criaturas o poder de melhorar-se. (Allan Kardec - R. E. 1858).