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Amigos da Umbanda!!! Saravá aos Pretos Velhos e Pretas Velhas!!!!!!!

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Umbanda e Kardec



A Linha Branca de Umbanda e Demanda está perfeitamente enqua­drada na doutrina de Allan Kardec e nos livros do grande codi­ficador, nada se encontra susceptível de condená-la.
Leal de Souza, intelectual e escritor de origem espírita “kardecista”, tornou-se médium orientado por Zélio de Moraes e, também, o primeiro autor umbandista, com o título O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda, 1933, onde encontramos um capítulo inteiro (capitulo 31) onde defende a origem espírita da Umbanda.
Coloco abaixo apenas algumas passagens deste texto para apreciação do leitor, e faço algumas considerações ao final:

O Kardecismo e a Linha Branca de Umbanda
Por Leal de Souza
A Linha Branca de Umbanda e Demanda está perfeitamente enqua­drada na doutrina de Allan Kardec e nos livros do grande codi­ficador, nada se encontra susceptível de condená-la.
Cotejemos com os seus escritos os princípios da Linha Branca de Um­banda, por nós expostos no "Diário de Notícias", edição de 27 de novembro de 1932...
(...) Os protetores da Linha Branca de Umbanda se apresentam com o nome de caboclos e pretos, porém, freqüentemente, não foram nem ca­boclos nem pretos.

Allan Kardec, a página 215 de O Livro dos Espíritos, ensina:
"Fazeis questão de nomes: eles (os protetores) tomam um, que vos inspire confiança".
Mas como poderemos, sem o perigo de sermos mistificadores, confiar em entidades que se apresentam com os nomes supostos? Allan Kardec, a página 449 de O Livro dos Espíritos, esclarece:
"Julgai, pois, dos Espíritos, pela natureza de seus ensinos... Julgai-os pelo conjunto do que vos dizem; vede se há encadeamento lógico em suas idéias; se nestas nada revela ignorân­cia, orgulho ou malevolência; em suma,se suas palavras trazem todo o cunho de sabedoria que a verdadeira superio­ridade manifesta. Se o vosso mundo fosse inacessível ao erro, seria perfeito, e longe disso se acha ele".
Ora, esses espíritos de caboclos ou pretos, e os que como tais se apresen­tam, pela tradição de nossa raça e pelas afinidades de nosso povo, são humildes e bons, e pregam, invariavel­mente, sem solução de continuidade, a doutrina resumida nos dez manda­mentos e ampliada por Jesus...
(...) O objetivo da Linha Branca é a prática da caridade e Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo pro­clama repetidamente que "fora da cari­dade não há salvação".
A Linha Branca, pela ação dos espí­ritos que a constituem, prepara um am­biente favorável a operosidade de seus adeptos. Será isso contrário aos pre­ceitos de Allan Kardec?
Não, pois ve­mos, nos períodos acima transcritos, que os espíritos familiares, com ordem ou permissão dos Espíritos Protetores, tratam até de particularidades da vida íntima.
No mesmo livro, a página 221-222, lê-se:
"525. Exercem os espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida?".
"Certamente, pois que te aconse­lham."
"- Exercem essa influência, por outra forma que não apenas pelos pen­samentos que sugerem, isto é, tem ação direta sobre o cumprimento das coisas?".
"Sim, mas nunca atuam fora das leis da natureza".
Assim, os caboclos e pretos da Linha Branca de Umbanda, quando intervém nos atos da vida material, em benefício desta ou daquela pessoa, agem confor­me os princípios de Allan Kardec.
Na Linha Branca, o castigo dos mé­diuns e adeptos que erram consciente­mente é o abandono em que os deixam os protetores, expondo-os ao domínio de espíritos maus.
Na página 213 de O Livro dos Espíritos Allan Kardec leciona:
"496. O espírito, que abandona o seu protegido, que deixa de lhe fazer bem, pode fazer-lhe mal?".
"Os bons espíritos nunca fazem mal. Deixam que o façam aqueles que lhe tomam o lugar. Costumais então lançar a conta da sorte as desgraças que vos acabrunham, quando só as sofreis por culpa vossa".
E adiante, na mesma página:
"498. Será por não poder lutar con­tra espíritos malévolos que um Espírito protetor deixa que seu protegido se transvie na vida?".
"Não é porque não possa, mas porque não quer".
A divergência única entre Allan Kar­dec e a Linha Branca de Umbanda é ma­is aparente do que real.
Allan Kardec não acreditava na magia, e a Linha Branca acredita que a desfaz. Mas a magia tem dois pro­cessos:
O que se baseia na ação fluídica dos espíritos, e esta não é contes­tada, mas até demonstrada por Allan Kardec. O outro se fundamenta na volatilização da propriedade de certos corpos, e o glorioso mestre, ao que parece, não teve oportunidade, ou tempo, de estudar esse assunto.
(...) ...a sua insignificante dis­cordância com a Linha Branda de Um­banda desaparece, apagada por estas palavras transcritas do "Livro dos Espíritos", páginas 449-450:
"Que importam algumas dissidên­cias, divergências mais de forma do que de fundo? Notai que os princípios funda­mentais são os mesmos por toda a parte e vos hão de unir num pensa­mento comum: o amor de Deus e a prática do bem"
E o amor de Deus e a prática do bem são a divisa da Linha Branca de Umbanda.

(Revista Espírita)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Anjos Guardiães


Autor: Allan Kardec

Revista Espírita, janeiro de 1859
Comunicação espontânea obtida pelo senhor L.., um dos médiuns da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
É uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos pelo seu encanto e pela sua doçura: a dos anjos guardiães. Pensar que se tem, junto de si, seres que vos são superiores, que estão sempre aí para vos aconselhar, vos sustentar, para vos ajudar a escalar a áspera montanha do bem, que são amigos mais seguros e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possa contrair nesta Terra, não é uma idéia bem consoladora? Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi ele quem os colocou junto de nós, e estão aí pelo amor dele, e cumprem, junto de nós, uma bela mas penosa missão. Sim, em qualquer parte que estejais, ele estará convosco: os calabouços, os hospitais, os lugares de deboche, a solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma sente os mais doces impulsos e ouve os sábios conselhos.
Por que não conheceis melhor essa verdade! Quantas vezes ele vos ajudou nos momentos de crise, quantas vezes vos salvou das mãos de maus Espíritos! Mas, no grande dia, esse anjo do bem terá, freqüentemente, a vos dizer: "Não te disse isso? E tu não o fizeste. Não te mostrei o abismo, e tu nele te precipitaste; não te fiz ouvir na consciência a voz da verdade, e não seguiste os conselhos da mentira?" Ah! questionai vossos anjos guardiães; estabelecei, entre ele e vós, essa ternura íntima que reina entre os melhores amigos. Não penseis em não lhes ocultar nada, porque são o olho de Deus, e não podeis enganá-los. Sonhai com o futuro, procurai avançar nesse caminho, vossas provas nele serão mais curtas, vossas existências
mais felizes. Ide! homens de coragem; lançai longe de vós, uma vez por todas, preconceitos e dissimulações; entrai no novo caminho que se abre diante de vós; caminhai, caminhai, tendes guias, segui-os: o objetivo não pode vos faltar, porque esse objetivo é o próprio Deus.
Àqueles que pensam que é impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se sujeitarem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que influenciamos vossas almas estando a vários milhões de léguas de vós: para nós o espaço não é nada, e mesmo vivendo em um outro mundo, nossos espíritos conservam sua ligação com o vosso. Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas estejais seguros que Deus não nos impôs uma tarefa acima de nossas forças, e que não vos abandonou sozinhos na Terra, sem amigos e sem sustentação. Cada anjo guardião tem o seu protegido, sobre o qual ele vela, como um pai vela sobre seu filho; ele é feliz quando o vê seguir o bom caminho, e geme quando seus conselhos são desprezados.
Não temais nos cansar com vossas perguntas; ficai, ao contrário, em relação conosco: sereis mais fortes e mais felizes. São essas comunicações, de cada homem com seu Espírito familiar, que fazem todos os homens médiuns, médium ignorados hoje mas que se manifestarão mais tarde, e que se espalharão como um oceano sem limites para refluir a incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento, elevai vossos irmãos. Não sabeis que obra cumpris assim: é a do Cristo, aquela que Deus vos impôs. Por que Deus vos deu a inteligência e a ciência, se não para partilhá-las com vossos irmãos, certamente para avançá-los no caminho da alegria e da felicidade eterna.

São Luís, Santo Agostinho.

Nota. - A doutrina dos anjos guardiães, velando sobre seus protegidos, apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender; ela é, ao contrário, grande e sublime. Não vedes sobre a Terra, um pai velar sobre seu filho, embora dele esteja distante, ajudar com seus conselhos por correspondência? Que haveria, pois, de espantoso que os Espíritos possam guiar aqueles que tomam sobre sua proteção, de um mundo ao outro, uma vez que, para eles, a distância que separa os mundos é menor que aquela que, na Terra, separa os continentes?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O verdadeiro Homem de Bem



O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.

Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado"

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.

O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9.)

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

Evangelho Segundo o Espiritismo - Kardec - Cap.XVII

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Caridade




"O verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus, é benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas." (Resposta dos Espíritos Superiores à pergunta 886 de O Livro dos Espíritos).

O Amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: "Amai-vos uns aos outros, como irmãos".

A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores. Ela nos manda ser indulgentes porque temos necessidade de indulgência, e nos proíbe humilhar o infortúnio, ao contrário do que comumente se pratica. Se um rico nos procura, atendemo-lo com excesso de consideração e atenção, mas se é um pobre, parece que não nos devemos incomodar com ele. Quanto mais, entretanto, sua posição é lastimável, mais devemos temer aumentar-lhe a desgraça pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos. (Allan Kardec)

Essa é a Máxima: Fora da Caridade não há Salvação.
 

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Espírito de Kardec

Esta é uma mensagem de Allan Kardec dada pouco tempo após o seu desencarne (nota do compilador)

Quando eu me encontrava corporalmente entre vós costumava dizer que aí se tinha a fazer uma História do Espiritismo, que seria interessante. É ainda o que hoje penso, e os elementos que eu havia reunido para esse fim poderão servir um dia para a realização dessa idéia. É que eu estava, com efeito, melhor colocado do que qualquer outro para apreciar o curioso espetáculo provocado pela descoberta e a vulgarização de uma grande verdade. Eu ontem pressenti e hoje sei que ordem maravilhosa, que inconcebível harmonia presidem a concentração de todos os documentos destinados a formar a nova obra. A benevolência, a boa vontade, o devotamento absoluto de uns; a má-fé, a hipocrisia, as manobras malévolas de outros, tudo concorre para assegurar a estabilidade do edifício que se eleva. Entre as mãos das Potências Superiores que presidem a todas as formas de progresso, as resistências inconscientes ou simuladas, os ataques objetivando semear o descrédito e o ridículo, transformam-se em instrumentos de elaboração.

O que não se fez! Que motivos não foram utilizados para sufocar a criança no berço!

O charlatanismo e a superstição quiseram, cada um por sua vez, apoderar-se dos nossos princípios para explorá-los em seu proveito. Todos os raios da imprensa troaram contra nós, ironizaram as coisas mais respeitáveis, atribuíram ao Espírito do Mal os ensinamentos dos Espíritos mais dignos de admiração e de veneração universais. Apesar disso, todos esses esforços reunidos, essa coalizão de todos os interesses contrariados, só conseguiram demonstrar a impotência dos nossos adversários.

É no meio dessa luta incessante contra os preconceitos estabelecidos, contra os erros consagrados, que se aprende a conhecer os homens. Eu sabia, ao me devotar à obra de minha predileção, que me expunha ao ódio de uns, à inveja e ao ciúme de outros. A rota estava semeada de dificuldades sempre renovadas. Nada podendo contra a Doutrina, atacavam o homem; mas, por outro lado, eu estava forte porque havia renunciado à minha personalidade. Que me importavam as tentativas da calúnia? Minha consciência e a grandeza do objetivo me faziam esquecer espontaneamente os tropeços e os espinhos do caminho. Os testemunhos de estima e de simpatia que recebi dos que me apreciavam foram a mais doce recompensa, por mim jamais ambicionada. Mas, infelizmente, quantas vezes eu teria sucumbido ao peso da minha tarefa, se a afeição e o reconhecimento da maioria não me fizessem esquecer a ingratidão e a injustiça de alguns. Porque, se os ataques a mim dirigidos encontravam-me sempre insensível, devo entretanto dizer que eu era penosamente atingido quando encontrava falsos amigos entre aqueles de que tudo esperava.

Se é justo censurar os que tentaram explorar o Espiritismo ou desnaturá-lo nos seus escritos, sem estudá-lo antes, quanto mais culpáveis são os que, antes de haverem assimilado todos os seus princípios, não contentes de abandoná-lo, se puserem a combatê-lo! É sobretudo para os desertores dessa categoria que precisamos apelar à misericórdia divina. Porque eles apagaram voluntariamente a chama que os iluminava e com a ajuda da qual poderiam iluminar os outros. Eles perdem logo a proteção dos Bons Espíritos, e depois de nos haverem submetido a uma triste experiência, vão rapidamente cair, de queda em queda, nas mais críticas situações!

Após a minha volta ao Mundo dos Espíritos, reencontrei um certo número desses infelizes. Estão arrependidos, lamentam sua inação e suas más decisões, mas não podem recuperar o tempo perdido! Voltarão logo à Terra com a firme resolução de contribuir ativamente para o progresso, mas estarão ainda em luta com suas velhas tendências, até que consigam triunfar definitivamente.

Poderíamos crer que os espíritas de hoje, esclarecidos por esses exemplos, evitarão cair nos mesmos erros. Mas não é assim. Por muito tempo ainda haverá falsos irmãos e amigos desorientados. Mas não conseguirão, mais do que os antecessores, desviar o Espiritismo da sua rota. Se causam algumas perturbações momentâneas e puramente locais, a Doutrina não periclitará por isso. Bem logo, ao contrário, os espíritas transviados reconhecerão o seu erro e voltarão a concorrer, com novo ardor, para a obra um instante esquecida. E agindo em conjugação com os Espíritos Superiores que dirigem as transformações humanas, eles avançarão a passos rápidos para os tempos felizes, prometidos à Humanidade regenerada. (Espírito Allan Kardec - R. E. junho 1869)


Espíritos que nos cercam


* Os Espíritos não são iguais nem em poder, nem em conhecimento, nem em sabedoria. Como não passam de almas humanas desembaraçadas de seu invólucro corporal, ainda apresentam uma variedade maior que a que encontramos entre os homens na Terra, por isso que vêm de todos os mundos, e porque entre os mundos a Terra nem é o mais atrasado, nem o mais adiantado. Há, pois, Espíritos muito superiores, como os há muito inferiores; muito bons e muito maus, muito sábios e muito ignorantes, há os levianos, malévolos, mentirosos, astutos, hipócritas, facetos, espirituosos, trocistas, etc.

* Estamos incessantemente cercados por uma nuvem de Espíritos que, nem por serem invisíveis aos nossos olhos materiais, deixam de estar no espaço, em redor de nós, ao nosso lado, espiando os nossos atos, lendo os nossos pensamentos, uns para nos fazer bem, outros para nos fazer mal, segundo os Espíritos bons ou maus.

* Pela inferioridade física e moral de nosso globo na hierarquia dos mundos, os Espíritos inferiores aqui são mais numerosos que os superiores.

* Entre os Espíritos que nos cercam, há os que se ligam a nós, que agem mais particularmente sobre o nosso pensamento, aconselhando-nos, e cujo impulso seguimos sem nos apercebermos; felizes se escutarmos a voz dos bons.

* Liga-se os Espíritos inferiores àqueles que os ouvem, junto aos quais têm acesso e aos quais se agarram. Se conseguirem estabelecer domínio sobre alguém, identificam-se com o seu próprio Espírito, fascinam-no, obsidiam-no, subjugam-no e o conduzem como se fosse uma criança.

* A obsessão jamais se dá senão por Espíritos inferiores. Os bons Espíritos não produzem nenhum constrangimento: aconselham, combatem a influência dos maus, afastam-se, desde que não sejam ouvidos.

* O grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz marcam a diferença entre a obsessão, a subjugação e a fascinação.

A obsessão é a ação quase que permanente de um Espírito estranho, que leva a pessoa a ser solicitada por uma necessidade incessante de agir desta ou daquela maneira e de fazer isto ou aquilo.

A subjugação é uma ligação moral que paralisa a vontade de quem a sofre, impelindo a pessoa às mais desarrazoadas ações e, por vezes, às mais contrárias ao seu próprio interesse.

A fascinação é uma espécie de ilusão produzida, ora pela ação direta de um Espírito estranho, ora por seus raciocínios capciosos; e esta ilusão produz um logro sobre as coisas morais, falseia o julgamento e leva a tomar-se o mal pelo bem.

* Por sua vontade pode sempre o homem sacudir o jugo dos Espíritos imperfeitos, porque em virtude de seu livre-arbítrio, há escolha entre o bem e o mal. Se o constrangimento chegou a ponto de paralisar a vontade e se a fascinação é tão grande que oblitera a razão, então a vontade de uma terceira pessoa pode substituí-la.

Antigamente dava-se o nome de possessão ao império exercido pelos maus Espíritos, quando sua influência ia até à aberração das faculdades. Mas a ignorância e os preconceitos, muitas vezes, tomaram como possessão aquilo que não passava de um estado patológico. Para nós, a possessão seria sinônimo de subjugação. Não adotamos este termo por dois motivos: primeiro porque implica a crença em seres criados para o mal e a ele votados, perpetuamente, quando apenas existem seres mais ou menos imperfeitos e todos podem melhorar; segundo, porque ele implica igualmente a idéia de tomada de posse do corpo pelo Espírito estranho, uma espécie de coabitação, ao passo que existe apenas uma ligação. O vocábulo subjugação dá uma idéia perfeita. Assim, para nós, não há possessos, no sentido vulgar da palavra; há simplesmente obsedados, subjugados e fascinados.

Por idêntico motivo não usamos o vocábulo demônio na acepção de Espírito imperfeito, de vez que freqüentemente esses Espíritos não valem mais que os chamados demônios: é apenas por causa da especialidade e da perpetuidade que estão ligadas a este vocábulo. Assim, quando dizemos que não há demônios, não queremos dizer que apenas existam bons Espíritos; longe disto: sabemos muito bem que os há maus e muito maus, que nos solicitam para o mal, armam-nos ciladas e isto nada tem de admirável, porque eles foram homens. Queremos dizer que não formam uma classe à parte na ordem da Criação, e que Deus deixa a todas as criaturas o poder de melhorar-se. (Allan Kardec - R. E. 1858).





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