Translate

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Amigos da Umbanda!!! Saravá aos Pretos Velhos e Pretas Velhas!!!!!!!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dia 30 de Setembro - Dia de Xangô - Dia de São Jerônimo



Falando de Xangô...
Talvezestejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foiele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.

Xangôé um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá comespecial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusãoacontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei,alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça –representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nomede Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a práticado candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiõesexistissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos deÁfrica. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô deCaboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.

Xangôé pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que umcerto autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suasdeterminações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seusfilhos, quando inquiridos.

Suasdecisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é oOrixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.

NaÁfrica, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altasmultas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera doDeus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo embusca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentradogenericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes dadestruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.

Xangôtem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoaissuas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos econgêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processojudicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente.Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nosterrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras sãointeiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.

Xangônão contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo decomum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O símbolo doAxé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, queindica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador dajustiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de ummesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contraqualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e detotalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. Segundo Pierre Verger,esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assimcomo Zeus, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre osraios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividadeamorosa.

Outrainformação de Pierre Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização deum personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, oduplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual osiniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro daqual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não ésimulado.

Xangôportanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelosdestemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas comoconsultor.

Outrodado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento coma morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobreos espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou osteme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, oOrixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando acabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, talo grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.

Destetipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamentetodos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá nacabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.

Tudoque se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos,documentos trancados, pertencem a Xangô.

Xangôteria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendoapontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendase cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que eracasada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandoneOxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou.

Noaspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian eTorosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiuapós destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso,sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere aXangô.

Contaa lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempreacompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceudebaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro – acadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspectodivino, é filho de Oxalá, tendo Yemanjá como mãe.

Xangôtambém gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termoobá, que significa Rei. No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias,ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos,nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no tratodas relações humanas ou nos governos, de um modo geral.

Xangôé a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, otrabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz dopovo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitudeimperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”,o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela,nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que omedo.

Xangôé um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Yemanjá. Diz a lenda que ele foi rei deOyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar comseus irmãos para manter-se no poder.


Características
Cor:Marrom (branco e vermelho)
Fiode Contas: Marrom leitosa
Ervas:Erva de São João, Erva de Santa Maria, Beti Cheiroso, Nega Mina, Elevante,Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho, Erva Tostão, Caruru, Para raio,Umbaúba. (Em algumas casas: Xequelê)
Símbolo:Machado
Pontosda Natureza: Pedreira
Flores:Cravos Vermelhos e brancos
Essências:Cravo (flor)
Pedras:Meteorito, pirita, jaspe.
Metal:Estanho
Saúde:Fígado e vesícula
Planeta:Júpiter
Diada Semana: Quarta-Feira
Elemento:Fogo
Chacra:Cardíaco
Saudação:Kaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)
Bebida:Cerveja Preta
Animais:Tartaruga, Carneiro
Numero:12
DataComemorativa: 30 de Setembro
Sincretismo:São José, Santo Antônio, São Pedro, Moisés, São João Batista, São Gerônimo.
Incompatibilidades:Caranguejo, Doenças
Qualidades:Dadá, Afonjá, Lubé, Agodô, Koso, Jakuta, Aganju, Baru, Oloroke, Airá Intile,Airá Igbonam, Airá Mofe, Afonjá, Agogo, Alafim

Atribuições

Xangôé o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertandonos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando edespertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluircontínuo


Fonte: http://religiaoespirita.com/

Desenvolver Mediunidade


Meus filhos!

Oxalá os abençoe!

Observamos que na prática do Terreiro os filhos desejam muito aprender uma técnica eficaz e rápida de como possa melhor desenvolver a mediunidade e por essa razão vamos aqui repassar algumas formas para melhor desenvolve-la:

Desenvolver mediunidade é muito mais que saber entrar em contato com os espíritos ou entidades que formam a banda de cada filho ou permitir que outras sejam esclarecidas por meio da incorporação nas giras e sessões do Terreiro;

Desenvolver mediunidade é desenvolver a si mesmo. É desenvolver sentimento. É trabalhar o rico material espiritual que cada médium possui dentro de si;

Desenvolver mediunidade é silenciar ante a injúria e violência proposital que lhe chega por parte de alguns, porém profundamente educadora desde que observado o ser doente que a lançou contra o outro;

Desenvolver mediunidade é saber colocar esse sexto sentido a favor do bem e do próximo. E para isso todo médium conta com os demais sentidos físicos que por hora estão no corpo humano;

Desenvolver mediunidade é ficar feliz com a vitória íntima do irmão da corrente que está tendo mais confiança e segurança no seu trabalho como aparelhinho de Umbanda;

Desenvolver mediunidade não é sair propagando suas aptidões mediúnicas aos quatros ventos sem saber o verdadeiro valor delas nas descobertas de si próprio;

Desenvolver mediunidade é esforço continuado que não se revela em um só dia ou gira. Muitas vezes leva anos;

Desenvolver mediunidade é saber enxergar muito além do véu de Ísis; mas, é saber enxergasse;

Desenvolver mediunidade não é entender seus mecanismos única e exclusivamente de forma teórica; mas, é sentir as nuances que cada fenômeno propicia em vossas existências;

Desenvolver mediunidade é saber captar as vibrações das energias Orixás, guardando-as como cota extra para repassar no dia-a-dia aos carentes de amor e pão, aos desprovidos de esclarecimento;

Desenvolver mediunidade é exercício de doação e não de restrição;

Desenvolver mediunidade é crescer com a Casa que lhe acolhe, pois, ela é uma extensão de você mesmo;

Desenvolver mediunidade não é decorar o passo-a-passo de uma gira do início ao fim. Mas, é sentir e viver a gira levando consigo o bem-estar da mesma;

Desenvolver mediunidade não é só vestir o branco e estar no Terreiro na hora da sessão. Mas, é guardar o branco da Umbanda tendo o Terreiro em seu coração;

Desenvolver mediunidade é muito mais que querer conhecer seus Guias e Orixás. É permitir que eles lhes trabalhem a Alma;

       Desenvolver mediunidade é saber ler a vida na grafia indelével do Criador;

          Desenvolver mediunidade é saber colorir os dias com a tinta do amor e a pena da humildade.


Glória a Deus nas alturas,

Paz na Terra aos homens de boa vontade!


Paraguassú, um Caboclo em Terras Brasileiras - Em, 11/07/2008

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Criança - Por Emmanuel



Levantará o homem o próprio ninho à plena altura, estagiando no topo dos gigantescos edifícios de cimento armado...

Escalará o fastígio da ciência, povoando o espaço de ondas múltiplas, incessantemente convertidas em mensagens de sons e cor.

Voará em palácios aéreos, cruzando os céus com a rapidez do raio...

Elevar-se-á sobre torres poderosas, estudando a natureza e o movimento dos astros...

Erguer-se-á, vitorioso, aos cimos da cultura intelectual, especulando sobre a essência do Universo...

Entretanto, se não descer, repleto de amor, para auxiliar a criança, no chão do mundo, debalde esperará pela Humanidade Melhor.

Na infância, surge, renovado, o germe da perfeição, tanto quanto na alvorada recomeça o fulgor do dia.

Estende os braços generosos e ampara os pequeninos que te rodeiam.

Livra-os, hoje, da ignorância e da penúria, da preguiça e da crueldade, para que, amanhã, saibam livrar-se do crime e do sofrimento.

Filha de tua carne ou rebento do lar alheio, cada criança é vida de tua vida.

Aprende a descer para ajudá-la, como Jesus desceu até nós para redimir-nos.

Sem a recuperação da infância para a glória do bem, todo o progresso humano continuará oscilando nos espinheiros da ilusão e do mal.

Não olvides que, ao pé de cada berço, Deus nos permite encontrar o próprio futuro.

De nós depende fazê-lo trilho perigoso para a descida à sombra ou estrada sublime para a ascensão à luz.

Emmanuel

Umbanda


         É uma religião, milenar em seus fundamentos, que são os mesmos que presidiam o reencontro com Deus desde o inicio da raça humana no planeta, é cósmica, porque esses fundamentos são baseados nos 4 pilares do conhecimento humano que são: a filosofia, a ciência, a arte e a religião.

Filosofia + Ciências = Sabedoria

Arte + Religião = Amor

Sabedoria + Amor = Lei de Deus

Tudo isso unido é a Umbanda que traz uma compreensão maior do próprio homem, e o papel de cada um no universo cósmico.

É evolutiva, pois dentro dela ha variações entre os templos, obedecendo às necessidades dos que a procuram, há diferenças também em seus rituais, pois as pessoas vão evoluindo e adquirindo valores espirituais superiores e com isso os rituais vão gradativamente se tornando mais sutis.

É brasileira, pois o AUMBHANDAN foi revelado no inicio da humanidade onde hoje é conhecido como Planalto Central Brasileiro. A Umbanda foi trazida do Astral pra Terra, terras brasileiras, pelo nosso querido e amado Caboclo das Sete Encruzilhadas.

A Umbanda é CRISTÃ, e tem Jesus Cristo (Pai Oxalá) como o supremo regente do planeta Terra, é cristã, mas Não é Católica, apesar de alguns terreiros utilizarem imagens de Santos Católicos relacionada com os Orixás apenas na tentativa de dar forma para as pessoas que tem dificuldades de imaginar um ser espiritual sem a forma humana.

Material retirado  do livro: CULTURA UMBANDÍSTICA- Ed. Ícone  1994 -  Brasão de Freitas / Roger T. Soares / William C. Oliveira.

SOMOS UMBANDISTAS
A importância da divulgação e o reconhecimento da Umbanda, não responsabilidade de um e sim de todos, pois todos nós (dirigentes, filhos de fé ou simpatizantes) podemos e devemos contribuir com uma parcela, por menor que seja!... Como?

Simples... nos dizendo umbandistas, não só com palavras, e sim exemplificando com atitudes, através da conduta moral, da integridade, com a consciência que somos representantes da Nossa querida Umbanda. Alguns podem falar que isso é querer dar "a cara a tapa", e vejo de outra forma, acho que temos que mostrar “a cara” para não ser batida.
Afinal, quando nos perguntam qual nossa religião? O que respondemos? Alguns por medo do "preconceito" se dizem espíritas, espiritualistas, e etc... Não meus irmãos, somos UMBANDISTAS, não espíritas...

Como queremos respeito, se não queremos mostrar a Umbanda para que ela seja respeitada? (é no mínimo incoerente). E para isso não estamos sozinhos, contamos com o apoio e proteção das entidades espirituais. Somos veículos de caboclo, pai velho, criança e exu, o que nos dá muita satisfação e NUNCA VERGONHA !

Vamos pensar um pouco... chega de nos escondermos !

Aranauam... Saravá à todos !


Por Valdinês (Abatemy)

Lecionando Humildade



Eram os dias derradeiros Dele, sobre a face da Terra. E Ele o sabia.
 
Anunciado Seu nascimento por mensageiros celestes, aguardado pelos séculos afora, Ele afinal chegou.

Viveu com os homens por pouco mais de três décadas. Iniciou o Seu messianato numa festa de alegrias, em Canaã, comemorando as bodas de um parente de Sua mãe.
 
E, na noite daquela quinta-feira Ele encerra o Seu messianato, na Terra, comemorando a páscoa judaica, conforme a tradição de Israel.
 
Após a ceia, Ele despe a túnica, coloca uma toalha sobre os rins, toma de um jarro com água, uma bacia e inicia a lavar os pés dos apóstolos.
 
Surpreendem-se eles. Aquela é uma tarefa exclusiva dos escravos.
 
Nenhum patriarca em Israel, nenhum pai de família israelita a realizava.
 
Recebia-se o convidado à porta com um beijo de boas-vindas.
 
De imediato, um escravo desatava as sandálias do nobre conviva e lhe lavava os pés, diminuindo o desconforto gerado pelo uso das sandálias abertas, naquelas terras poeirentas.
 
Pedro procura se esquivar. O Mestre é muito especial para Se humilhar tanto!
 
Contudo, como Jesus lhe diz que se ele não se permitir lavar os pés, não terá parte com Ele, em Seu Reino, Pedro aceita o gesto.
 
Concluída a tarefa, o Excelente Professor da Humanidade toma assento novamente entre os que privam da ceia, e aduz:
 
Compreendeis o que vos fiz?
 
Vós chamai-me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou.
 
Se Eu, pois, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, deveis lavar-vos os pés uns aos outros.
 
Porque Eu dei-vos o exemplo, para que, como Eu vos fiz, assim façais vós também.
 
Quanta grandeza no enunciado!
 
Primeiro, Ele ensina que nenhum de nós deve se esquivar ao autoconhecimento.
 
Autoconhecer-se é imprescindível para se alcançar a felicidade.

Desta forma, Jesus enfatiza que Ele é Mestre e Senhor. Diz-nos, assim, que cada um de nós deve ter consciência das virtudes adquiridas.
 
Cada qual deve saber o que já conquistou, o seu valor.
 
Nada de equivocado, portanto, que, numa auto-avaliação, nos qualifiquemos como quem já detém uma ou outra virtude, embora não em sua totalidade.
 
Jesus nos exemplifica.
 
A segunda lição é a de que, por maiores sejamos, por nossa condição intelecto-moral, por cargos que ocupemos, por responsabilidades que tenhamos, de forma alguma nos devemos aclimatar ao orgulho.
 
Afinal, que são alguns anos sobre a Terra face à eternidade que nos aguarda?
 
Além do que, de que nos vamos orgulhar? De uma determinada conquista, de um posto hierarquicamente superior, da avantajada intelectualidade?
 
Que representa isso, face ao Universo e a eternidade?
 
Somos habitantes de um minúsculo planeta em um sistema planetário que tem a sustentá-lo um sol de quinta grandeza!
 
Pensemos nisso, recordando o ensino crístico e sejamos mais humildes, aprendendo a servir e servir sempre.

Redação do Momento Espírita, a partir dos versículos 12 a 15 do cap. XIII do Evangelho de João. Disponível no livro Momento Espírita, v. 7, ed. Fep.
 

Mensagem de Pai João de Aruanda



Sou preto. Negro como a noite sem estrelas.

Sou velho. Velho como as vidas de meus irmãos.

Mas se sou ainda negro, é porque trago em mim as marcas do tempo, as marcas do Cristo. Essas marcas são as estrelas de minha alma, de minha vida.

Sou negro. Mas a brancura do linho se estampa na simplicidade do meu olhar, que tenta ver apenas o lado bonito da vida.

Sou velho, sim. Mas é na experiência da vida que se adquire a verdadeira sabedoria, aquela que vem do Alto. Sou velho. Velho no falar; velho na mensagem, velho nas tentativas de acertar.

A minha força, eu a construí na vida, na dor, no sofrimento. Não no sofrimento como alguns entendem, mas naquele decorrente das lutas, das dificuldades do caminho, da força empreendida na subida.

A força da vida se estrutura nas vivências. É à medida que construímos nossa experiência que essa força se apodera de nós, nos envolve e nós então nos saturamos dela. É a força e a coragem de ser você mesmo, do não se acovardar diante das lutas, de continuar tentando.

Sou forte.

Mas quando me deixo encher de pretensões, então eu descubro que sou fraco. Quando aprendo a sair de mim mesmo e ir em direção ao próximo, aí eu sei que me fortaleço.

Sou andarilho.

Eu sou preto, sou velho, sou humano. Mas sou humano sem Sou como você, sou espírito. Sou errante, aprendiz de mim mesmo.

Na estrada da vida, aprendi que até hoje, e possivelmente para sempre, serei apenas o aprendiz da vida.

Pelas estradas da vida eu corro, eu ando.

Tudo isso para aprender que, como você, eu sou um cidadão do universo, viajor do mundo. Sou um semeador da paz.
Sou preto, sou velho, sou espírito.

Do livro SABEDORIA DE PRETO VELHO – Robson Pinheiro

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cosme e Damião (Por Mãe Mônica Caraccio)


Axééé!!! Começam as comemorações! Começam as festas! Começam ser  servidas as guloseimas!

É isso mesmo, começa um dos festejos mais envolvente, vibrante e “permitido” de nossa Umbanda. É a Festa de Cosme e Damião, de Erês, da Ibejada e das Crianças.

Mencionei a palavra “permitido” pois, assim como a festa de Iemanjá que acontece no final e no início do ano, percebo a diversidade de pessoas que, independente de suas crenças religiosas, participam dessa festa. São crianças, kardecistas, católicos, não religiosos, pessoas que normalmente não frequentam o terreiro, que nem sabem ou entendem o que é Umbanda muito menos o que representa essa Linha, mas que nesse dia, como tudo fica diferente, tudo fica mais colorido, mais leve e mais gostoso, não deixam de participar dessa festa e levar para casa muitos doces, balas e bexigas cheias de Axé.

Percebo também que muitas pessoas imaginam que as “Crianças” que se manifestam em nossos terreiros sejam realmente crianças que desencarnaram cedo, muitos ainda acham que o desencarne foi doloroso e que estão se manifestando nos terreiros em dia de festa para receberem presentes, para ver pessoas, enfim, para “curtir” a festa.

Mas isso não é bem assim, a Linha de Erês, Ibeji ou a Linha das Crianças da Umbanda é composta por Entidades iluminadas, por espíritos adultos que se plasmam, que se “vestem” como crianças para gerar a energia de alegria, pureza, doçura e irmandade, qualidades que muitas vezes estão distantes do mundo dos adultos, dos sérios e responsáveis. Também se manifestam nessa Linha os Encantados, considerados os Mensageiros, normalmente são as crianças mais quietas, mais sensíveis, que falam baixo, que se assustam facilmente, que trabalham mais energéticamente, afinal como encantados manipulam de forma potencializada as energias elementais realizando maravilhosas curas no corpo astral dos consulentes e do próprio médium.

Essa Linha é sincretizada pelo catolicismo com “COSME E DAMIÃO”. Gêmeos nascidos em 270 que, como médicos e cristãos, praticavam a medicina gratuitamente em socorro aos pobres, crianças, mulheres ou qualquer pessoa necessitada. Realizavam muitas curas milagrosas, mas sempre falavam e se referenciavam a Cristo e em nome de Cristo.

Dioclesiano, imperador da época, não tarda em persegui-los, pois Roma não tolerava o cristianismo que ameaçava expandir. Por fim, os gêmeos foram presos, torturados, acusados de prática de curandeirismo e decapitados em 303.

Contam que o imperador, ao tocar a cabeça dos mártires, recuperou milagrosamente o movimento de um dos braços paralisado desde uma antiga batalha.

No culto de Nação, “as crianças” estão ligadas ao ORIXÁ IBEJI (nação Ketu) ou VUNJI (nação Angola e Congo), que simboliza alegria, fertilidade e inocência. Uma das funções desse orixá é cuidar das crianças desde bebê até a adolescência.

Na Nigéria o nascimento de gêmeos era motivo de comemoração no povoado. A mãe e as crianças eram homenageadas e saiam para as ruas para festejar e receber presentes. Os gêmeos eram considerados pelos pais uma garantia de sorte e de fortuna.

Por serem considerados gêmeos, são associados ao princípio da dualidade, o que indica a contradição, os opostos que caminham juntos. Ibeji mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos.

Por serem considerados crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas etc. Importante refletir que não podemos falar em nascimento sem pensar na morte.

Há, entre tantas lendas, uma em especial que narra como os gêmeos dominaram e deteram a Morte.

Leiam a lenda “Os Ibejis enganam a Morte” contada por Reginaldo Prandi em seu livro Mitologia dos Orixás e entendam um pouco mais essa concepção:

Os Ibejis enganam a Morte
Os Ibejis, os Orixás gêmeos, viviam para se divertir.
Não é por acaso que eram filhos de Oxum e Xangô.
Viviam tocando uns pequenos tambores mágicos,
que ganharam de presente de sua mãe adotiva, Iemanjá.
Nessa mesma época, a Morte colocou armadilhas
em todos os caminhos e começou a comer todos os humanos
que caíam na suas arapucas.
Homens, mulheres, velhos ou crianças,
ninguém escapava da voracidade de Icu, a Morte.
Icu pegava todos antes de seu tempo de morrer haver chegado.
O terror se alastrou entre os humanos.
Sacerdotes, bruxos, adivinhos, curandeiros,
todos se juntaram para pôr um fim à obsessão de Icu.
Mas todos foram vencidos.
Os humanos continuavam morrendo antes do tempo.
Os Ibejis, então, armaram um plano para deter Icu.
Um deles foi pela trilha perigosa
onde Icu armara sua mortal armadilha.
O outro seguia o irmão escondido,
acompanhando-o à distância por dentro do mato.
O Ibeji que ia pela trilha ia tocando seu pequeno tambor.
Tocava com tanto gosto e maestria
que a Morte ficou maravilhada,
não quis que ele morresse
e o avisou da armadilha.
Icu se pôs a dançar inebriadamente,
enfeitiçada pelo som do tambor do menino.
Quando o irmão se cansou de tocar,
o outro, que estava escondido no mato,
trocou de lugar com o irmão,
sem que Icu nada percebessse.
E assim um irmão substituía o outro
e a música jamais cessava.
E Icu dançava sem fazer sequer uma pausa.
Icu, ainda que estivesse muito cansada,
não conseguiu parar de dançar.
E o tambor continuava soando seu ritmo irresistível.
Icu já estava esgotada
e pediu ao menino que parasse a música por uns instantes,
para que ela pudesse descansar.
Icu implorava, queria descansar um pouco.
Icu já não aguentava mais dançar seu tétrico bailado.
Os Ibejis então lhe propuseram um pacto.
A música pararia,
mas a Morte teria que jurar que retiraria todas as armadilhas.
Icu não tinha escolha, rendeu-se.
Os gêmeos venceram.
Foi assim que os Ibejis salvaram os homens
e ganharam fama de muito poderosos,
porque nenhum outro orixá conseguiu ganhar
aquela peleja com a Morte.
Os Ibejis são poderosos,
mas o que eles gostam mesmo é de brincar.

Na UMBANDA são grandes renovadores de nossos sentimentos, amparados pela irradiação de Oxum e seu imenso Amor.

Crianças, erês, ibejadas trabalham com tanta força, com tanta pureza e simplicidade, que uma “simples” bala imantada por eles suaviza nossa alma e adoça nossa vida.

Não devemos subestimar essa Linha de Trabalho ou julgar a forma que se apresentam, são espíritos elevados que brincam trabalhando e trabalham brincando.

Depois de Oxalá são os únicos que dominam totalmente a magia com e como Exu.

Vale a pena refletir e buscar um olhar diferenciado, um verdadeiro “Olhar de Poeta”…

Boa inspiração a todos, muitos doces e bom trabalho…

Axéééé!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Ouça os Pontos da Linha de Esquerda da Umbanda