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Amigos da Umbanda!!! Saravá aos Pretos Velhos e Pretas Velhas!!!!!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Luz Divina



"Quando os atabaques falam, a alma escuta e o corpo responde." 

Palavras sábias do meu amigo Ricardo Barreira. E há 102 anos eles vêm tocando,no princípio escondidos, perseguidos e hoje até protegidos por lei. Então, em minha curiosidade latente fiquei imaginando o que aconteceria em um terreiro depois da Gira, depois que tudo se cala num Terreiro. A imagem que eu tive foi de nossos anciões em frente ao Congá, pedindo a Oxalá pelos seus filhos. Ontem eu ia fazer umas perguntas ao Pai Maneco e muito embora seu médium não tenha comparecido, não há questionamentos que não sejam respondidos por Aruanda.

Ao iniciar os trabalhos ontem, o Pai Tinga, incorporado em seu médium Lourenço, pede a todos que façam uma reflexão sobre a Umbanda e a atuação dela em suas vidas. Se há algo que aprendi nesta minha vivência é que as entidades nos fazem pensar e suas colocações apesar de simples tem uma profundidade enorme. E, com a permissão de vocês, me lanço a partir daqui em minhas conclusões. 

Dentro de um terreiro, não somos mais do que médiuns , almas que escolheram servir para seu próprio crescimento e dos que necessitam. Ali, em frente ao Congá quem se manifesta são as entidades que naquele momento praticam a Umbanda e fazem a ponte entre o Divino e os necessitados. Um médium tem que ter a humildade de reconhecer que ele é apenas o caminho, naquele momento, para um bem maior. Quando todos tomam o caminho de suas casas e o terreiro aparentemente se apaga e se aquieta, aí sim começam os tambores da vida, batendo no compasso da Umbanda.

Pai Maneco nos fala que aprendemos no terreiro para praticar a Umbanda em nosso dia-a-dia. E quando Pai Tinga nos pergunta sobre o que a Umbanda fez por nós, acredito que não se refere a conquistas materiais, mas as profundas mudanças que sofremos em nosso modo de ver a vida e de repassar este conhecimento e vivência. Dentro do Terreiro as entidades atendem e fora dele, nós, ao nos pedirem ajuda, repassamos o que aprendemos. E é, portanto, na rotina de nossos dias que somos umbandistas.

Aprendemos que estamos todos ligados, uns aos outros pela energia divina, e à natureza. Somos responsáveis pelo equilíbrio próprio e dos que nos cercam. De forma individual, mas pensando no todo, cada pequena ação que praticamos em nosso cotidiano que reverta em preservação ambiental e bem estar social nos torna mais e mais umbandistas de fato, porque podemos ser médiuns em qualquer religião, mas só podemos expressá-la se a vivenciamos.

Existe um ponto de Umbanda que diz assim: "Quando o galo canta, as almas se levantam e o mar recua, é quando os anjos do céu dizem amém e o pobre do lavrador diz aleluia...". Porque é justamente em nossa vida diária que os grandes milagres acontecem. É onde temos forças para recomeçar a cada dia nossa caminhada, semeando e colhendo conforme o que nos é necessário E no repartir da colheita o nosso grande prêmio. Quando escutamos o galo cantar, significa que estamos aptos a ouvir o chamado e o fato das almas se levantarem, é um símbolo antigo constante em várias religiões, que significa estar mais próximo ao divino. A Bíblia, por exemplo, é recheada de citações nas quais quando alguém se levanta vai cumprir os desígnios de Deus. Quando o mar recua,quando mundo espiritual não está tão próximo, só nossas forças são evidentes e temos a proteção dos anjos, que dizem amém aos nossos pedidos de crescimento, como também nos fazem colher o que semeamos erroneamente. E, pobres lavradores que somos, só podemos agradecer a oportunidade de um dia mais semear e colher.

Ontem o lindinho estava inspirado. Disse, num destes estalos luminosos  da mente dele, que só estamos preparados para ver o que a mente consegue compreender. E este é um fato inegável. Devemos nos entregar ao aprendizado do amor, se queremos enxergar a cura para nossos males. E a Umbanda é assim: a transmutação de energias para o bem comum.

Então ao Pai Tinga devo falar que a Umbanda tem me transformado em uma umbandista, que apesar de parecer óbvio, vai muito além disto. Conheço grandes umbandistas que nunca pisaram em um terreiro, mas por outro lado conheço médiuns que não entenderam o que é Umbanda, mesmo freqüentando Giras anos a fio. Cada ser tem o seu tempo de maturação, portanto às vezes não se devem colher os frutos ainda verdes. É preciso enxergá-los maduros. Saravá!

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