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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Vida Pós Morte



Para o homem que, antes de morrer fisicamente, aprendeu as verdadeiras condições da vida no plano astral, uma das características mais agradáveis que se lhe oferecem é a ausência da fadiga, e o achar-se livre das necessidades imperiosas como comer, beber, etc., que constituem o fardo mais pesado da vida física.

Sabemos que o plano astral compõe-se de sete sub-planos, que se diferenciam segundo o estado mais ou menos sutil da matéria de que se compõe, e que a natureza de nossos sentimentos e emoções está em relação estreita com os respectivos sub-planos; os mais nobres sentimentos identificam-se com os sub-planos mais elevados, de matéria astral mais sutil, enquanto as paixões animais e as baixas emoções se fazem refletir nos sub-planos mais grosseiros do astral. Depois da morte, o homem tem de passar pelos diversos estados de consciência correlativos aos sete sub-planos. O tempo que o homem permanece em cada sub-plano depende da maior ou menor quantidade de matéria astral do sub-plano considerado, incorporada a seu corpo astral durante a vida física. O homem terá necessariamente que ficar nesse sub-plano até que a matéria correspondente tenha abandonado seu corpo astral.

Durante a vida física, a qualidade do corpo astral do homem é determinada por suas paixões, desejos e emoções , indiretamente pelos pensamentos e pelos hábitos físicos; alimentação, bebida, higiene, etc. Um corpo astral grosseiro, resultante duma vida grosseira, responde unicamente as vibrações astrais inferiores, e isto fará com que, após a morte, o homem fique ligado ao plano astral tanto tempo quanto o indispensável para a total desagregação dessa matéria.

1º exemplo: O homem comum



O homem comum, que não é nem mau nem bom, fica após a morte tão comum como era antes. Por conseguinte, não sentirá nenhum sofrimento nem nenhuma alegria especiais. Quando muito, achará a vida astral um pouco insípida, exatamente porque não tendo tido nenhum interesse particular durante a vida física, muito menos o poderá ter na vida astral. Se a sua principal preocupação tiver sido as conversas inúteis, o esporte, os negócios ou a moda, é claro que o tempo lhe custará a passar, porque essas coisas não são possíveis no astral.



2º exemplo: O homem de desejos violentos



O homem comum que foi dominado por desejos de ordem inferior, como a bebida, a sensualidade, achar-se-á numa situação mais penível. Não somente conservará os mesmos desejos, mas eles serão muito mais violentos, porque toda a sua energia se exprime na matéria astral sem ser em parte absorvida pela necessidade de por em atividade as pesadas partículas físicas. Um tal homem acha-se assim nas piores condições de vida astral, parecendo muitas vezes achar-se tão perto da vida física, que fica sensível a certos odores, que só tem por resultado a excitação de seus loucos desejos que ele não pode satisfazer por falta de corpo físico.



3º exemplo: Os viciados



Os ébrios inveterados, e os possuídos por outros vícios, conseguem muitas vezes envolver-se num véu de matéria etérica, e assim materializar-se num véu de matéria etérica, e assim materializar-se em parte. Podem nessas condições gozar do cheiro do álcool, ou satisfazer-se em seu vício predileto, sem que essa sensação seja igual à que tinha no corpo físico. Para não perder esse prazer, esforçam-se para arrastar os outro para o vício, penetrando parcialmente em seus corpos físicos, para melhor se saciarem.

4º exemplo: Os obsedados



A obsessão pode ser permanente ou temporária, porque um homem tanto pode buscar a satisfação dum desejo onde quer que o possa satisfazer, como através de uma outra pessoa.





Escreveu o ilustre Mario Roso de Luna:

"O que de pior um homem pode fazer para tornar desagradável sua vida no mundo astral é ter tido uma vida inútil, vazia de todo interesse razoável e espiritual. Pelo que vamos vendo, é o próprio homem quem cria seu próprio “paraíso”, “purgatório” ou “inferno”, que não são lugares separados mas estados de consciência".

Sendo o mundo astral um mundo de efeitos, encontram-se nele todos os ambientes criados pelos homens em sua vida terrestre. Os habitantes do astral acomodam-se de acordo com os padrões que os dividiam na sociedade antes de morrer. Sendo as religiões as mais poderosas forças criadas pela imaginação humana coletiva, é de se conceber que no plano astral, particularmente nos sub-planos superiores existam todos os ambientes tal como são descritos pelas respectivas escrituras, e para os quais os crentes são atraídos. É esta a razão da estranha disparidade entre as comunicações que os espíritas recebem do plano astral. Cada ser vê esse plano segundo a concepção que fazia do outro mundo antes de morrer. Se a entidade que faz a comunicação foi um budista, jurará ter achado além da tumba a confirmação de suas concepções religiosas, o mesmo garantindo qualquer membro das diferentes seitas cristãs ou maometanas. Numa sessão espírita do Ocidente, todas as comunicações do mundo astral nos falam em Cristo e nos vários santos da corte celeste, enquanto que de tais entidades não se ouvirá uma só palavra nas sessões espíritas realizadas no Oriente.

Os condenados à morte



As vítimas da pena de morte não somente sofrem o grande prejuízo causado pela brutal separação do corpo astral do físico, o que faz com que aquele ser fique vibrando de ódio, paixão, vingança, etc., mas também irão constituir no mundo astral entidades particularmente perigosas. Por muito perigoso que qualquer bandido seja para a sociedade, ele será ainda mais perigoso se lhe arrancarem o corpo físico. E enquanto a sociedade pode se defender dos bandidos tendo eles seu corpo físico, fica sem defesa contra os que são projetados no mundo astral com todo o poder de suas paixões. torna-se, nessas condições, instigadores de crimes iguais àqueles pelos quais forma condenados.



Os suicidas



O suicídio é encarado pela Teosofia como um dos mais sérios crimes praticados contra a natureza, o que vem afetar muito profundamente o futuro destino do ser que se suicidou. A duração da vida de cada um é determinada por um conjunto de causas muito complexas, cujos efeitos devem ser vividos antes da dissolução da personalidade, donde as graves conseqüências que ocorrem quando o homem, por sua própria vontade, interrompe bruscamente a seqüência desses efeitos. As condições do suicida no mundo astral não podem deixar de ser profundamente diferentes das daquelas que abandonaram a terra por motivos altruístas ou por outras causas, e esse ato de desespero, que é em geral o clímax de uma série de situações difíceis, gera efeitos cármicos por várias encarnações.

Os assassinados:



Se o assassino teve uma vida inferior, brutal, egoísta e sensual, continua de tudo isso plenamente consciente no 7º sub-plano astral, e pode tornar-se uma terrível entidade malfazeja. Levado por apetites que não pode satisfazer, ele se esforça por desencadear suas paixões através de um “médium” ou qualquer pessoa que ele possa obsedar. Tais entidades tem um prazer demoníaco em empregar todos os recursos da ilusão astral para conduzir os outros a pratica dos mesmos excessos de que ele era autor durante a vida. É a esta categoria, entre outras entidades astrais que veremos, que pertencem os tentadores, os “diabos” da literatura religiosa. Se o assassinado for dotado de espirito puro, ou tiver tido aspirações elevadas, sua vida no mundo astral assemelhar-se-á a um sono mais ou menos feliz, que durará tanto tempo quanto o que faltava para completar sua vida física. Sua vida normal, no plano em que entrou, só então terá início, permanecendo em muitos casos, durante os 10 ou 20 anos que ainda deveria viver no mundo físico, no sub-plano astral correspondente ao seu grau de evolução, consciente da última cena por que passou na vida terrestre.



As crianças falecidas:



Devido ao pouco tempo que permaneceram no plano físico, as crianças não tiveram tempo para atrair aos seus corpos astrais em formação a matéria dos últimos sub-planos em quantidade suficiente para que vibrem os seus sentimentos e paixões correspondentes a essa matéria. Por conseguinte, elas rapidamente atingirão os planos mais elevados, onde, de mistura com os devas, passam a ser julgadas pelas religiões como anjos da guarda ou querubins celestes. Aí mesmo sua permanência é de curta duração, visto a necessidade de seus Egos novamente reencarnarem, o que, não raro, costumam fazer na mesma família que anteriormente os tinha atraído.

Os que tem horror à morte:



A consciência de culpa gerada por uma moral formalista e pelo terror do inferno é a causa de enorme massa humana, principalmente do Ocidente, ter desesperado horror à morte. Este estado faz com que o homem aferrado à vida física, procure se agarrar, quando morre, ao duplo etérico, que é a ponte de ligação entre os dois mundos. Já vimos em aulas anteriores em que estado fica tal ser: era solitário, mudo e aterrorizado pelas fronteiras dos dois mundos, até chegar a compreender que deve se livrar do veículo etérico. Em geral, não compreende a situação em que se encontra, e só o esgotamento faz com que abandone a desesperada luta que travava para sorver a vitalidade do plano que não é mais o seu. Só então é que penetra verdadeiramente no astral.

São estes os casos mais importantes de morte anormal.



À primeira vista, o homem que entra no mundo astral pouca diferença nota do mundo que acaba de sair. Sabemos que cada partícula de matéria astral é atraída por outra de matéria física correspondente. Portanto, se imaginarmos o mundo físico totalmente suprimido, ficará uma produção exata desse mesmo mundo em matéria astral. O homem que se acha no plano astral verá da mesma forma os mesmos objetos, muros, móveis, pessoas, etc., a que estava habituado, bem delineados em matéria astral. É verdade que se ele examinar com atenção os objetos, verificará que as partículas se acham visivelmente em movimento, quando no plano físico esse movimento é invisível. Verá, também, tudo envolto numa ligeira luz difusa, como que se tudo estivesse mergulhado em leve neblina, correspondendo à matéria astral difusa no espaço. Mas como nem todos os homens tem o hábito de analisar as coisas atentamente, aquele que acaba de morrer não se aperceberá desde logo dessa mudança.

Por isso muitos deles acreditam não ter morrido, simplesmente porque continuam a ver, a ouvir, a sentir e a pensar.

Pouco a pouco o homem compreende que qualquer coisa de novo se passou. Verifica primeiro que, apesar de ver seus amigos, eles nem sempre se podem comunicar consigo. As vezes fala-lhes e eles parece não o ouvirem. Experimenta tocá-los e verifica que eles não o sentem. Algumas vezes acredita estar sonhando, pois é possível comunicar-se com seus amigos quando eles estão dormindo. E assim ele começa a compreender as diferenças que separam sua vida atual da que levava no mundo físico. Uma das descobertas que primeiro o impressionam é a de ter desaparecido toda a dor e toda a fadiga de caráter físico. Percebe, depois, que seus pensamentos e desejos se exprimem em formas visíveis tanto mais claras quanto mais ele vai vivendo no plano astral. O homem que vive no corpo astral, depois da morte, é mais facilmente e mais profundamente influenciado pelos sentimentos de seus amigos, do que quando se achava no plano físico.



A incompreensão do novo estado, no plano astral, leva o homem, muitas vezes a julgar necessário continuar a trabalhar para ganhar a vida, a preparar os alimentos que deve comer, inteiramente criados pela sua imaginação. Se acha que deve construir uma casa, ele a construirá tijolo por tijolo, quando sem nenhum esforço a poderia construir duma só vez. Quando verifica que as pedras ou tijolos não tem peso, começa a notar as diferenças de vida entre o novo mundo e o antigo e a levar mais longe suas investigações. Esta mesma ignorância leva o homem, para quem a vida astral é nova, a entrar nas casas pela porta sem compreender que poderia fazer o mesmo através do muro. Por igual motivo continua marchando pelo solo quando poderia mover-se pelo ar.

O homem que adquire durante a vida terrestre o conhecimento das condições gerais da vida astral, seja por meio de leituras, estudos ou diretamente, acha-se naturalmente mais à vontade, e sabe mais ou menos como agir após a partida do mundo físico.

Sabe-se, por experiência, que os simples ensinamentos ocultos a este respeito são duma utilidade para o homem por ocasião de sua morte, e só o fato de ter ouvido falar das condições da vida astral, mesmo que considere estas coisas meras hipóteses, é para ele de grande utilidade. Para o homem que, antes de morrer fisicamente, aprendeu as verdadeiras condições da vida no plano astral, uma das características mais agradáveis que se lhe oferecem é a ausência da fadiga, e o achar-se livre das necessidades imperiosas como comer, beber, etc., que constituem o fardo mais pesado da vida física.



Texto de José Henrique ressalta que o que foi escrito aqui não é de sua autoria e sim fruto de suas pesquisas e ensinamentos recebidos por sua escola teosófica.



O assunto é mais extenso. Me ouso a recomendar um livro para ti e a todos que quiserem conhecer mais sobre o assunto: A vida na Morte de Wladimir Ballesteros.

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