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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os Sonhos



Os sonhos, em sua generalidade, não representam como muitos pensam, uma fantasia de nossas almas, enquanto há o repouso do corpo físico. Todos eles revelam, como fundamento principal, a emancipação da alma, assinalando a sua atividade extracorpórea, quando então se lhe associam, à consciência livre, variadas impressões e sensações de ordem fisiológica e psicológica. Estudemos o assunto, que se reveste de singular encanto, à luz da seguinte classificação: sonhos comuns, sonhos reflexivos e sonhos espíritas. Outras denominações poderão, sem dúvida, ser-lhes dadas, o que, supomos, não alterará a essência do fenômeno em si mesmo. Geralmente temos sonhos imprecisos, desconexos, freqüentemente interrompidos por cenas e paisagens inteiramente estranhas, sem o mais elementar sentido de ordem e seqüência. Serão esses os sonhos comuns. Por sonhos reflexivos, categorizamos os sonhos em que a alma, abandonando o corpo físico, registra as impressões e imagens arquivadas no subconsciente e plasmadas na organização perispiritual. A modificação vibratória, determinada pela liberdade de que passa a gozar o Espírito, no sono, fá-lo entrar em relação com acontecimentos e cenas de eras distantes, vindos à tona em forma de sonho. Nos sonhos espíritas a alma, desprendida do corpo, exerce atividade real e afetiva, facultando meios de encontrarmo-nos com parentes, amigos, instrutores e, também, com os nossos inimigos, desta e de outras vidas. Enquanto despertos, os imperativos da vida contingente nos conservam no trabalho, na execução dos deveres que nos são peculiares. Adormecendo, a coisa muda de figura. Desaparecem, como por encanto, as conveniências. A atividade extracorpórea passará a refletir, sem dissimulações ou constrangimentos, as nossas reais e efetivas inclinações superiores ou inferiores. Quem exercite, abnegadamente, o gosto pelos problemas superiores, buscará durante o sono a companhia dos que lhe podem ajudar, proporcionando-lhe esclarecimento e instrução. O tipo de vida que levamos, durante o dia, determinará invariavelmente o tipo de sonhos que a noite nos ofertará, em resposta às nossas tendências. O esforço de evangelização das nossas vidas e a luta incessante pela modificação dos nossos costumes, objetivando a purificação dos nossos sentimentos, dar-nos-ão, sem dúvida, o prêmio dos sonhos edificantes e maravilhosos, expressando trabalho e realização. Com instrutores devotados nos encontraremos e deles ouviremos conselhos e reconforto. Dessas sombras amigas, que acompanham a migalha da nossa boa vontade, receberemos estímulo para as nossas sublimes esperanças.
 
Estudando a Mediunidade Martins Peralva.

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