"E perguntou-lhe: Qual é o teu nome?
Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos."
(Marcos, 5:9.)
Consciências oneradas em culpas e desacertos de numerosas reencarnações, ser-nos-á justo ponderar a resposta do espírito conturbado e infeliz à pergunta do Mestre.
"Legião é o meu nome, — disse ele, — porque somos muitos."
Iniludivelmente, ainda hoje, em nos aproximando do Senhor, reconhecemo-nos, não apenas afinados com vários grupos de companheiros tão devedores quanto nós, mas igualmente em lamentável dispersão íntima, qual se encerrássemos um feixe de personalidades contraditórias entre si.
Ao contato das lições de Jesus, é que, habitualmente, nos vemos versáteis e contraproducentes, qual ainda somos...
Acreditamos na força da verdade, experimentando sérios obstáculos para largar a mentira; ensinamos beneficência, vinculados a profundo egoísmo; destacamos os méritos do sacrifício pela felicidade alheia, agarrados a vantagens pessoais;
manejamos brandura em se tratando de avisos para os outros e estadeamos cólera imprevista se alguém nos causa prejuízo ligeiro; proclamamos a necessidade do espírito de serviço, reservando ao próximo tarefas desagradáveis; pelejamos pela paz nos lares vizinhos, fugindo de garantir a tranqüilidade na própria casa; queremos que o irmão ignore os golpes do mal que lhe estraçalham a existência e estamos prontos a reclamar contra a alfinetada que nos fira de leve; salientamos o acatamento que se deve aos Desígnios Divinos e pompeamos exigências disparatadas, em se apresentando o menor de nossos caprichos.
Sim, de modo geral, somos individualmente, diante de Jesus, a legião dos erros que já cometemos no pretérito e dos erros que cultivamos no presente, dos erros que assimilamos e dos erros que aprovamos para nos acomodarmos às situações que nos favoreçam.
(De “Palavras de Vida Eterna”, de Francisco Cândido Xavier – Emmanuel)
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