Tem sido muito grande a migração para a Umbanda de médiuns da linha tradicional do espiritismo codificado por Allan Kardec. Eu não estranho porque eu fui um deles. Os que praticavam o kardecismo e hoje estão dentro da Umbanda levam uma grande vantagem no entendimento da religião porque é o espiritismo que lida com entidades comuns, que nós na Umbanda chamamos Eguns, e nesta religião é que se estuda com mais clareza a manifestação dessas entidades em nosso mundo material. Acho um erro grave e que deve ter destaque para quem ensina a Umbanda é que essa gama de espíritos tem vários estados de entendimento espiritual.
Os obsessores não são quiumbas ou trevosos como entende a Umbanda. Um desencarne pode deixar até espíritos de algum conhecimento espiritual em estado de confusão e que muitas vezes até mesmo não sabem que desencarnaram e continuam vivendo sua vida comum o que traz aos familiares um grande mal estar. É difícil avaliar e até mesmo enumerar a quantidade de transtornos causados por esses espíritos aos encarnados. Não são espíritos perversos e não querem fazer o mal, mas o fazem por absoluta falta de entendimento. Com esses espíritos é que a linha kardecista está mais ligada. Ao contrário, a Umbanda lida mais com espíritos em avançado estado de energia negativa, e têm consciência do que estão fazendo. Isso sem contar com os espíritos trevosos, que são os que estão à serviço da maldade e fazem parte do lado escuro do mundo espiritual. São espertos e planejam a forma como vão fazer o mal.
Por isso os médiuns devem saber com que tipo estão lidando, para não incorrerem no erro de, ao invés de salvar uma entidade dando-lhe luz e esclarecimentos, tratá-los como espíritos inimigos. São situações delicadas e importante para uma pratica de uma Umbanda segura e generosa. Muitos estranham que recomendo aos iniciantes na Umbanda a lerem os livros espíritas linha kardecista, porque além dos fatos que relatei a mediunidade é mais estudada sob a luz cientifica. Chamo a atenção de todos para um detalhe muito importante: os médiuns da linha kardecista têm um conhecimento grande, mas limitado porque não conhecem a Umbanda. Os umbandistas que conhecerem a linha kardecista e também a Umbanda são muito mais preparados.
Os espíritos que desencarnam e continuam com seus vícios aproximam-se dos encarnados usando-os como médiuns. A lei do semelhante funciona muito bem nesses casos. Uma pessoa que é médium e desconhece essa sua capacidade, envolve-se com bebidas alcoólicas, drogas, e outras situações não condizentes com o equilíbrio e a moral, atraem espíritos semelhantes, e ambos vivem juntos marchando para o caminho da perdição e do pecado. Com uma diferença: o espírito sabe o que está fazendo e o médium não sabe que está sendo usado.
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