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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Análise do Pai Nosso - Segundo os Espíritos

Extraído do 28º capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo (itens 2 e 3).

1) Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome.

A palavra Pai refere-se a Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; Céu significa o universo, os diversos mundos habitados. Santificado seja o vosso nome mostra que devemos crer no Senhor, porque tudo revela o seu poder e sua bondade. A harmonia do universo testemunha essa sabedoria. Por isso, todos deveriam reverenciar o seu nome em quaisquer circunstâncias. De acordo com o Espírito Emmanuel, “a grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas. Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz. De início o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas... Em seguida, com um simples adjetivo possessivo, o Mestre exalta a comunidade. Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas”. (Xavier, s.d.p., p. 167)

2) Venha o vosso reino

Deus apresentou-nos leis cheias de sabedoria e que fariam a nossa felicidade se as observássemos. Obedecendo a essas leis, que estão escritas em nossa consciência, faríamos reinar entre nós a paz e a justiça. Praticando a excelsa caridade, todos nos ajudaríamos mutuamente, expulsando por completo o mal de nosso planeta, pois todas as misérias vêm da violação dessas leis, porque não há uma só infração que não tenha conseqüências fatais.

3) seja feita a vossa vontade, na Terra, como no céu.

Sabemos que a submissão é um dever do inferior para com o superior, do filho com relação ao pai. Não haveria uma razão ainda maior de nossa submissão com relação Àquele que nos criou.

Ainda nos falta um sentido para compreender a existência de Deus. Contudo, conforme formos depurando o nosso Espírito do jugo da matéria, vamos também aumentando a nossa capacidade de conhecer os atributos da divindade.

A atitude fundamental da prece deve ser de obediência, de adesão à vontade de Deus, de harmonização entre nós e a sua Lei, que é perfeita. Acontece que dada a nossa imperfeição oramos às avessas, ou seja, ao invés de nos conformarmos com a Lei queremos burlá-la, tornando senhores de Deus, através de pedidos de ordem inferior.

O Espírito Emmanuel comenta esta passagem dizendo-nos que é comum a alteração dos votos que formulamos ao alto. Muitas petições endereçadas à Vida Maior, em muitas ocasiões, quando atendidas, já nos encontram modificados por súplicas diferentes. Ele afirma: “Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nos parecem males são bens que não chegamos a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências da vida para percebermos que muitas daquelas que nos afiguram bens resultam em males que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração”. (Xavier, 1986, p. 318)

4) Dai-nos o pão de cada dia

“Dai-nos o alimento para a manutenção das forças do corpo; dai-nos também o alimento espiritual para desenvolvimento do nosso Espírito... Uma vez que a lei do trabalho é a condição do homem na Terra, dai-nos a coragem e a força para cumpri-la; dai-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não lhe perder o fruto”.

Inspira-nos sempre bons pensamentos para que tenhamos em mente um trabalho profícuo. E se, porventura, a sociedade nos recusar tal mister, que saibamos ter a necessária resignação para com a vontade divina a nosso respeito.

O Espírito Emmanuel, em Fonte Viva, capítulo 18 (Não Somente), traça alguns pensamentos a respeito da relação entre os cuidados materiais e os espirituais. Não somente o agasalho, a beleza física, o domicílio confortável e os títulos honrosos, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma, a formosura e a nobreza dos sentimentos, a casa invisível dos princípios edificantes e as virtudes que enriqueçam a consciência eterna.

5) Perdoai as nossas dívidas como nós as perdoamos àqueles que nos devem. Perdoai nossas ofensas, como perdoamos àqueles que nos ofenderam.

“Cada uma das nossas infrações às vossas leis, Senhor, é uma ofensa para convosco, e uma dívida contraída que nos será preciso, cedo ou tarde, pagar. Para elas solicitamos o perdão de vossa infinita misericórdia, sob a promessa de fazer esforços para não contrair novas dívidas”.

Um estudo acurado sobre o perdão leva-nos a interpretá-lo de forma diferente daquela que é feita simplesmente pela repetição de frases feitas. Falamos que devemos perdoar não sete, mas setenta vezes sete vezes, que devemos esquecer a ofensa, que devemos nos ajustar com o adversário enquanto estivermos a caminho. Mas, na prática, como é que funciona? Estamos bem longe de praticar esses atos com conhecimento de causa. Muitos até dizem: eu perdôo, mas não quero mais vê-lo na minha frente.

A prática correta do perdão, a que estabelece o esquecimento da ofensa, tem valor científico. Em primeiro lugar, como o acaso não existe, tudo o que se nos acontece deve ser bem meditado. Antes de maldizer o ofensor, o correto seria agradecer a Deus por tê-lo colocado em nosso caminho para ser motivo de nossa paciência.

Uma coisa que deve ficar clara: ninguém ofende ninguém. A ofensa é subjetiva e, como tal, somente nos sentiremos ofendidos se assim o interpretarmos. A ofensa é, antes de tudo, um agravo à Lei de Deus. Nesse sentido, o ofensor feriu-se a si mesmo, pois se desviou da lei de Deus e deverá, cedo ou tarde, fazer o seu ajustamento.

Diante desse ensinamento, nunca deveríamos, em hipótese alguma, fazer justiça com as próprias mãos, pois ao invés de eliminar um mal estaremos cometendo outro. Não se apaga o fogo com mais fogo, mas com água.

6) Não nos abandoneis à tentação, mas livrai-nos do mal.

“Dai-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos maus Espíritos que tentarem nos desviar do caminho do bem, em nos inspirando maus pensamentos”.

Cada imperfeição é uma porta aberta à sua influência, ao passo que nada podem, e renunciam a toda a tentativa, contra os seres perfeitos. Por isso deveríamos nos humilhar diante da dor e do sofrimento, rogando forças para eliminar de nós mesmos a imperfeição, a tentação, que é atrai os Espírito menos felizes.

7) Assim Seja

Esperamos que os nossos desejos se cumpram! Mas nos inclinamos diante a vossa sabedoria infinita. Sobre todas as coisas que não nos é dado compreender, que seja feito segundo a vossa vontade e não segundo a nossa, porque não quereis senão o nosso bem, e sabeis melhor do que nós o que nos é útil.

CONCLUSÃO

Saibamos orar e tenhamos confiança na Divina Providência. A fé que não enfrenta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo: IDE, 1984.



Abraço Fraternal a todos os Irmãos de Fé.





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