O culto à dor tornou-se uma cultura nos ambientes espíritas.Condicionou- se a idéias de que sofrer é sinônimo de crescer, de que sofrer éresgatar, quitar. Portanto, passou-se a compreender a “dor-punitiva” comoinstrumento de libertação, quando, em verdade, somente a dor que educa liberta.Há criaturas dotadas de largas fatias de conhecimento espiritual sofrendointensamente, mas que continuam orgulhosas, insensatas, hostis e rebeldes.
Não é a intensidade da dor que educa, e sim o esforço de aprenderamenizá-las.
O espírita costuma “neurotizar” a proposta da reforma íntima. É a“neurose de santificação”, um modo imaturo de agir em razão da ausência denoções mais profundas sobre a sua verdadeira realidade espiritual. Constatamosque existe muita impaciência com a reforma íntima devido à angústia causada aoespírito devido ao contato com sua verdadeira condição diante do Universo.
Cria-se assim para si, através de mecanismos mentais, as “virtudes deadorno” ou “compensações artificiais” a fim de sentir-se valorizado perante aconsciência e o próximo. São os esconderijos psíquicos nos quais quase sempreenfurnamos para não tomarmos contato com a “verdade pessoal”...
Fonte: Reforma Íntima Sem Martírio – WanderleySoares de Oliveira, pelo Espírito Ermance Dufaux. Editora INEDE
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