Muitos de nós, irmãos Umbandistas, já ouvimos este termo “O Terreiro é fraco”, mas como podemos categorizar os termos: Fraco e o Forte?
Qual será o parâmetro que utilizamos para esta avaliação? Seria a não realização de sonhos ou desejos?
Antes de responder ao questionamento gostaria de seu acompanhamento nesta linha de raciocínio.
Por que vamos ao terreiro? Muitas podem ser as respostas, mas vamos pensar de forma simples, vamos ao Terreiro pela Religião, ou seja, “religar” a Deus.
Este é o mínimo, mas para muitos a ida até o terreiro, é para: amarrar, destruir, matar, separar, perturbar alguém, etc. Bom neste momento o sentimento mínimo já se perdeu pelos caminhos, espero que reencontre este sentimento assim que entrar no terreiro.
Infelizmente algumas pessoas quando chegam ao terreiro, continuam com suas idéias negativas e não param nem um segundo para analisar se estão certas ou erradas.
Então é chegada à hora da consulta, e estas pessoas mesmo após as defumações, orações e pedidos do (a) Dirigente para que elevem seus pensamentos a Deus com harmonia e amor, continuam com a idéia fixa, como se não tivessem ouvido estas palavras.
O Consulente com o pensamento negativado se dirige ao encontro da entidade, que lhe dará o atendimento, e começa com os seus lamentos e reclamações onde todos que lhe rodeiam não prestam e ele (a) é um (a) coitado (a).
A entidade tenta amolecer a mente e o coração deste Consulente através de suas sábias palavras e com o auxílio dos seus elementos de Trabalho, mas como o atendimento é uma Parceria entre o Consulente e o Guia, então o Consulente não permite que esta Luz penetre em seu interior tornando-o uma pessoa “não tão ácida”.
Após as explicações e os pedidos do Consulente o Guia lhe responde positivamente que vai lhe ajudar.
Estão assustados com a resposta do Guia? Por quê?
A ajuda que o Guia vai dar, será pedindo para que Oxalá dê a este irmão as Luzes de: “Oxum pondo Amor no coração, Ogum para cortar a maldade que o cerca, Obaluayê para transmutar seus sentimentos negativos em positivos, Oxossi para o conhecimento a fim de enxergar as vossas Fraquezas interiores”.
Ao término do seu atendimento, esta (e) irmã (o) volta para casa confiante de que seus pedidos, “destruidores”, serão realizados, mas depois de alguns dias nada acontece e o nosso irmãozinho vai até outro Terreiro, com as mesmas intenções.
Outro Guia lhe atende e pergunta:
- O que posso ajudar?
O Consulente repete seus pedidos “destruidores” e ainda complementa que o terreiro onde tinha freqüentado era muito Fraco.
Antes de iniciar o seu trabalho o Guia pergunta para o Consulente se ele conseguiria explicar melhor o termo “muito Fraco”. O Consulente firmemente responde: Não fui atendido.
O Guia deixa alguns segundos de silêncio e retruca ao Consulente:
- Será que é “Fraco” aquele que pede por ti, para que tenha mais Amor, Luz em sua Mente, mais Evolução e Proteção? Será que é “Fraco” aquele que tenta abrir teus olhos a Luz? Será que é “Fraco” aquele que tenta te colocar mais perto de Deus? Será que é “Fraco” aquele que pede o perdão por ti?
Ou o “Fraco” é aquele que não conseguiu enxergar tudo isso e mesmo assim insiste em caminhar nas trevas de sua própria ignorância, na escuridão de seus caprichos?
Após estes questionamentos o Guia retoma a pergunta ao Consulente:
- O que posso ajudar?
O Consulente responde ao Guia com a voz embargada:
- Me dê força e peço perdão pelos meus sentimentos “Fracos” que levei para dentro de outros terreiros.
Por: Danilo Lopes Guedes
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