Ele chega todo feliz.
Uma felicidade que contagia à todos que estão no terreiro. Os que choravam, esboçam um sorriso na canto da boca, os que já estavam felizes, vêem sua felicidade transbordada.
De repente se ouve o sacuir do laço e um grito: ê Boi!
É ele, o boiadeiro acaba de chegar no terreiro, trazendo consigo a magia da felicidade para embalar os corações ali presentes.
Mas não se engane!
Por traz de toda aquela felicidade, ele traz consigo na mesma medida a seriedade rústica para comandar o seu trabalho.
São espíritos que já encarnaram na Terra e viveram como boiadeiros, vaqueiros, vaqueiras, roceiros, homem do campo, e em seu lombo como costumam dizer, carregam as alegrias e a experiência das tristezas vividas tão arduamente enquanto encarnados.
Muitos tiveram seus desencarnes de forma violenta e depois de longo estudo no plano espiritual, baixam nos terreiros como matutos, conhecedores da lida, dos espinheiros da vida e nos acenam com a alegria e esperança de novos dias.
Estão sempre atentos, e ao menor sinal de perigo, sacam logo sua “pexeira”.
Com Boiadeiro não se brinca!
Segue pequeno relato de um boiadeiro:
“Tenho cara de bonzinho e sou bonzinho. Mas se bulir com algum camarada, vai sentir minha pexeira no bucho.”
Por outro lado, são excelentes conselheiros, erveiros e sempre falam na cara. Não tem papas na língua.
Seus costumes variam. Os que tomam uma cachacinha e fumam seu paieiro normalmente trabalham na demanda. Outros fumam seu paieiro e tomam o preto (café) que normalmente servem à seus consulentes como remédio, portanto cura.
Salve os boiadeiros, que nos trazem não só a alegria de viver, mas a retidão que nos incutem, a responsabilidade, a esperança e a fé de que dias melhores virão.
Lembrem-se: Boiadeiros também são Caboclos...
Getruá! Salve os Caboclos Boiadeiros!!!
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