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Amigos da Umbanda!!! Saravá aos Pretos Velhos e Pretas Velhas!!!!!!!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Luz de Oxalá


Estava eu sendo atraído através da volitação para a beira do mar quando, de repente, fui “aterrisado” na orla marítima.
À minha frente havia dezenas de pessoas com roupas do dia-a-dia e outras, em quantidade maior, vestidas com roupas brancas .
Devo confessar que esta cena chamou profundamente a minha atenção e que, justamente por este fato, eu procurei me aproximar das pessoas em questão; no entanto, antes de dar o meu primeiro passo, uma voz em minha mente, que eu já reconhecia como pertencente ao Senhor Sete Estrelas, resolveu passar algumas determinações:
— Saravá, companheiro.
— Salve vossa força Senhor Caboclo.
— Hoje você está aqui nesta noite para observar situações onde, como já lhe disse certa vez, falar é prata e calar-se é ouro. Procure então não fazer muitas perguntas e ater-se em observar tudo àquilo que lhe for possível e útil para sua evolução.
— Sim senhor!
— Então comece já a fazer suas observações por que às quatro horas da manhã, ou seja, daqui a exatas duas horas, todo este trabalho deverá estar chegando ao fim.
— Sim senhor, mas é que antes eu gostaria de fazer-lhe algumas perguntas.
— Ocorre que, como acabei de lhe dizer, se lhe respondesse sua pergunta agora estaria dando prata para sua evolução e não ouro é isso que você deseja?
— Não senhor.
— Não se preocupe que no término de sua tarefa esta noite, se você possuir alguma dúvida eu, de acordo com minhas possibilidades e com seu merecimento, procurarei esclarecê-la. Tudo bem?
— Sim senhor!
— Então vá e dê início à sua tarefa.
Assim, lá fui eu fazer minhas observações e devo ressaltar que o fato que mais me chamou a atenção foi a percepção de que todas as pessoas vestidas de branco encontravam-se de costas para o mar e eqüidistantes umas das outras por aproximadamente 1,5 metros, já as pessoas trajando roupas do dia-a-dia estavam, cada uma delas, na frente de uma pessoa vestindo branco e também eqüidistantes entre si pela mesma distância. Na realidade eram tantas pessoas que, olhando dali onde eu estava a sensação era de que o perfilamento destas pessoas era infinito.
Não sei o motivo, mas tive a impressão de que as pessoas vestidas de branco eram espíritos de médiuns encarnados que estavam ali presentes à beira mar para fazer a caridade junto às pessoas que trajavam roupas do dia-a-dia.
Após esta minha conclusão, procurei me aproximar da pessoa vestida de branco ( pertencente ao sexo masculino ) que se encontrava mais perto de mim por notar que, pela movimentação que estava acontecendo, os atendimentos já estavam próximos de se iniciarem.
Digo isto pelo fato da pessoa vestida de branco que dentre eles aparentava ser a de maior idade ter tomado quase uma dezena de passos para trás, levantado a mão e solicitado atenção como se fosse fazer algum tipo de pronunciamento.
Ao perceber que isto realmente aconteceria, eu procurei voltar toda a minha concentração para a pessoa que pedira atenção e, desta forma, pude escutá-la dizer mentalmente:
“ Amados irmãos falangeiros do Divino Pai Oxalá, estamos aqui neste fim de noite com a permissão do Divino Pai Olorum, com o intuito de estarmos tentando promover, na vida de todos estes líderes religiosos aqui presentes e dessas pessoas ligadas diretamente a eles em suas divinas tarefas de propagarem a fé, a transmutação de conceitos errôneos em idéias divinas que os ajudem a superar as dificuldades que encontram em seus templos para que, assim, eles possam cada dia mais serem verdadeiros pastores a guiarem seus rebanhos.
Peço a todos muito carinho e determinação nesta tarefa que nos foi concedida pela Sabedoria Divina.
Que Deus abençoe a todos nós!!!”
Ao escutar o homem de branco terminar a sua prédica eu me encontrava com mais dúvidas que respostas. Sim porque se ele chamou a todos os seus companheiros de branco de falangeiros de Oxalá e isto só poderia significar que eles não eram médiuns encarnados, mas sim entidades espirituais atuantes na falange de Pai Oxalá, mas que entidades seriam estas? Caboclos?
Lembrei-me então do conselho do Senhor Caboclo Sete Estrelas e procurei guardar a “prataria” das minhas dúvidas e correr atrás de minhas “douradas” observações. Continuei a aproximar-me, assim, da entidade que estava mais próxima a mim e procurei ouvir seu diálogo.
— Salve Jesus, filho. O que lhe trouxe até aqui nesta noite?
— Antes, eu poderia saber o seu nome?
— Joaquim.
— Olhe Joaquim eu estou aqui esta noite pelo fato de ter inaugurado um templo protestante há sete meses e, até agora, ter poucos freqüentadores e poucos fiéis. Para resumir, eu posso lhe dizer que abri este templo por orientação Divina e não entendo o porquê desta situação estar ocorrendo no templo. Estou a ponto de encerrar as atividades.
— Entendo.
— O que você poderia fazer para aumentar o número de fiéis?
— Pouca coisa.
— ???
— Responda meu amigo, quantas pessoas você acha que escutavam as pregações de Jesus logo assim que ele iniciou este ministério?
— Não sei dizer.
— Pois eu lhe digo que o número de pessoas era infinitamente menor do que quando ele fez o afamado e divino Sermão da montanha.
— Verdade?
— Certamente. Sabe por quê?
— Não.
— Por que Deus é sábio e nada na natureza acontece aos saltos. Jesus iniciou suas pregações falando a poucos e somente quando sua fama se espalhou, e por que lhe era chegada à hora, foi que aumentaram o número de ouvintes de suas pregações.
— Entendo.
— Entretanto, sua fama não correu boca a boca porque ele possuía intenções de ter uma multidão de ouvintes, mas sim porque ele amava tanto a Deus e a sua criação que desejava que tantos quantos estivessem a sua volta pudessem beber da fonte da água viva deste seu amor. Era tanto o amor irradiado por Jesus que até mesmo quando ele falava de coisas grandiosas como montanhas ou sobre coisas pequeninas como grãos de areia os seus ouvintes podiam facilmente sentir este amor e procuravam segui-lo e acompanhá-lo onde quer que ele estivesse para que, assim como ele, pudessem ser inundados por este amor às coisas de Deus e congregar-se em torno da fé. Entende?
— Sim.
— A ajuda que posso lhe ofertar não é prometer-lhe o aumento do número de freqüentadores de sua instituição religiosa, mas sim transmutar esta sua crença num grande número de fiéis pelo aumento do seu sentimento de fé no Divino Criador, pois quanto mais fé você possuir, maior será a quantidade de pessoas que procurarão encontrar-se ao seu redor, não porque seu templo é aconchegante ou luxuoso, mas pelo motivo que toda pessoa deve procurar uma instituição religiosa: alimentar o divino sentimento de fé. Entenda que só quem tem, possui verdadeiras condições de doar. Você deseja este auxílio no sentido divino da fé?
— Sim.
— Então se concentre companheiro.
E, dizendo isto, a entidade fechou os olhos e esticou os seus dois braços à frente, ficando com as palmas das mãos voltadas em direção ao consulente. Neste exato instante eu pude observar uma cruz de cor dourada brilhar na fronte da entidade, assim como também pude ver, simultaneamente, uma intensa claridade na coloração branca sair de seu peito e fluir pelos braços até concentrar-se nas palmas das mãos; e foi neste momento que a entidade as depositou na cabeça do consulente e este, após breves instantes, começou a estremecer todo o seu corpo e soltou um profundo suspiro para, logo após, sumir de minhas vistas.
Eu, então, ainda meio tonto com o que acabara de presenciar e procurando calar as minhas dúvidas, andei um metro e meio a minha frente com o intuito de observar o diálogo de uma outra entidade com um outro líder religioso e, assim, aprender um pouco mais sobre esta linda tarefa de praticar a caridade. O dialogo estava prestes a se iniciar:
— Salve Jesus, filho.
— Salve.
— Meu irmão, você não precisa dizer nada. O que mais o está afligindo há mais de três semanas e esta dor na coluna que nenhum médico da terra consegue sanar, não é verdade?
— É.
— E com este problema você não tem conseguido chefiar os trabalhos na instituição religiosa onde você é sacerdote, correto?
— Sim.
— Você não tem conseguido nem mesmo dormir direito, certo?
— Certo.
— Olhe irmão, esta dor na coluna é fruto de uma ativação negativa que fizeram contra você. Daqui onde estamos não posso resolver o seu problema, entretanto posso energizá-lo e fazer com que esta dor desapareça por sete horas, está entendendo?
— Sim.
— Nessa energização que eu farei contigo, além do alívio da dor, eu também estarei banhando o seu cérebro com a energia ordenadora a fim de que você, ao despertar, possa, enfim, escutar os conselhos de sua vizinha, transmutar seus conceitos equivocados relacionados a fé e procurar a instituição religiosa que é freqüentada por ela. É lá que eu vou poder, de fato, auxiliar meus companheiros a desmanchar este feitiço. Aceita meu auxílio?
— Certamente.
— Então se concentre.
E, dizendo isto, esta entidade, assim como a anterior, fechou os olhos e esticou os seus dois braços à frente, ficando com as palmas das mãos voltadas em direção ao consulente. Neste instante eu também pude observar uma cruz de cor dourada brilhar na fronte da entidade, assim como também pude ver, simultaneamente, uma intensa claridade iluminar todo o seu peito, a diferença é que desta vez, ao invés de branca, a coloração que saia do peito da entidade e fluía pelos seus braços até concentrar-se nas palmas de suas mãos era azul escuro; e foi precisamente quando suas mãos estavam iluminadas com esta cor que a entidade as depositou na cabeça do consulente e este, após breves instantes, começou a estremecer todo o seu corpo e soltou um profundo suspiro para, logo após, sumir de minhas vistas.
Eu, então, andei mais um metro e meio a minha frente e pude presenciar um novo dialogo com novos personagens:
— Salve Jesus filho. Em que eu poderia auxiliá-lo?
A entidade fizera a pergunta, mas não obtivera a resposta: é que o consulente estava profundamente calado e com os olhos voltados para baixo. A entidade espiritual, assim, buscou retomar o diálogo.
— Não precisa se preocupar companheiro, o seu tormento está acabado.
Neste exato instante o consulente levantou a cabeça e, olhando a entidade diretamente nos olhos, resolveu responder alguma coisa:
— Você diz isto por que não sabe pela dificuldade que estou passando!
— A qual dificuldade você se refere, ao flertes sensuais constantes que você vem sofrendo por parte da melhor amiga de sua esposa?
— Então você sabe.
— Sei disso e também que já há muito tempo você vem pedindo a Deus que traga alguma benção na sua vida e lhe resolva este problema, certo?
— Certo.
— Na verdade, meu irmão, você pode até não estar, e eu entendo, mas eu estou imensamente feliz com a ocorrência de toda esta situação.
— Por quê?
— Por dois motivos: o primeiro é que apesar desta situação acontecer por quase um ano e da extrema beleza e formosura da melhor amiga de sua esposa você, devido a sua imensa fé em Deus, conseguiu resistir à tentação integralmente.
— E o segundo motivo?
— O segundo motivo me dá tanta alegria quanto o primeiro, ou seja, você resistindo à tentação, conseguiu vencer a sua provação e adquiriu mais créditos junto ao Divino Criador.
— Verdade?
— Certamente. Daqui a uma semana vai fazer um ano que começou este assédio, certo?
— Correto.
— Então, este era o tempo exato de sua provação. Daqui a exatos sete dias a melhor amiga de sua esposa receberá o convite para ser sacerdote de uma nova congregação e irá aceitar o convite, acabando, assim, com este tormento.
— Graças a Deus.
— Louvado seja Deus, bendita seja a hora em que Jesus nasceu.
— Muito obrigado.
— Eu é que lhe agradeço.
— Mas por quê?
— Pela oportunidade de estar praticando o amor fraterno e incondicional, entretanto...
— ... o que foi?
— Ainda faltam sete dias para terminar sua provação. Você me permite estar realizando uma tarefa afim de que sejam geradas novas forças e determinações em seu nobre propósito de resistir às tentações?
— Com certeza.
— Então se concentre.
E, dizendo isto, esta entidade, assim como a anterior, também fechou os olhos e esticou os seus dois braços à frente, ficando com as palmas das mãos voltadas em direção ao consulente. Neste instante eu também pude ver uma cruz “acender” na fronte da entidade, assim como também pude ver, simultaneamente, uma intensa claridade iluminar todo o seu peito, a diferença é que desta vez a coloração que saia de seu peito e fluía pelos braços até concentrar-se nas palmas das mãos era azul claro; e foi no exato momento que suas mãos se iluminaram com esta cor que a entidade as depositou na cabeça do consulente e este, após breves instantes, começou a estremecer todo o seu corpo e soltou um profundo suspiro para, logo após, sumir de minhas vistas.
Andei, assim, mais um metro e meio com o objetivo de presenciar mais um diálogo com outros personagens.
— Salve Jesus filho. Em que eu poderia auxiliá-lo?
— Eu sou uma das pessoas mais ligadas ao sacerdote da instituição religiosa que freqüento.
— Compreendo.
— Acontece que o sacerdote está com uma idade muito avançada e repleto de problemas de saúde. Assim como eu existem três outras pessoas que também são intimamente ligadas ao sacerdote.
— Entendo.
— Acontece que estas pessoas estão armando intrigas e mais intrigas e disputando ferozmente entre si a preferência do sacerdote na sucessão da chefia nos trabalhos da casa . Isto está gerando muita desarmonia interna no grupo.
— Meu irmão, eu lhe digo que antes do que você pensa o atual sacerdote de seu templo nomeará naturalmente o seu sucessor no comando dos trabalhos da casa.
— Verdade?
— Digo mais: esta decisão do seu sacerdote fará com que estas três pessoas que, assim como você, são mais próximas dele se afastem do templo por livre e espontânea vontade e por tempo indeterminado.
— Mas elas são importantes!
— Não. Importantes, de verdade, são a fé, o amor e a humildade! Estes sentimentos e virtudes quase que bastam, por si só, para outorgar moralmente a uma pessoa a chefia dos trabalhos de um templo religioso.
— Mas se eles três vão embora quem será o novo sacerdote?
— Você não faz idéia?
— Sinceramente que não.
— E se eu lhe disser que ele se encontra a minha frente?
— Eu?
— Sim. Você recebeu este chamado antes de reencarnar e Deus, que sabe a hora certa de todas as coisas, está a lhe dizer que este é o seu momento.
— Na verdade, inconscientemente, eu sempre senti isto dentro de mim, mas é muita responsabilidade.
— Mas você bem que aprendeu na instituição religiosa que freqüenta o fato de que “quando o trabalhador está pronto o trabalho sempre aparece”, não é verdade?
— Sim. Você tem razão.
— A partir de hoje, sempre que possível você estará a receber a imantação do Divino sentido da justiça afim de que possa sempre exercer, com equilíbrio, todas as tarefas que lhe aguardam nesta sua nova jornada. Deseja esta imantação?
— De todo o meu coração!
— Então, se concentre!
E, dizendo isto, a entidade fechou os olhos e esticou os seus dois braços à frente, ficando com as palmas das mãos voltadas em direção ao consulente. Neste instante eu vi uma cruz brilhar na fronte da entidade, assim como também vi, simultaneamente, uma intensa claridade na cor marrom iluminar todo o seu peito e fluir pelos braços até concentrar-se nas palmas das mãos; e foi no exato momento que suas mãos se iluminaram com esta cor que a entidade as depositou na cabeça do consulente e este, após breves instantes, começou a estremecer todo o seu corpo e soltou um profundo suspiro para, logo após, sumir de minhas vistas.
Andei, assim, sem pestanejar e cheio de curiosidade mais um metro e meio a frente com o intuito claro de presenciar mais um diálogo com outros personagens.
— Salve Jesus, filho. O que lhe trouxe até aqui nesta noite?
— A insegurança.
— Você está com medo de que uma casa de caridade de onde você é membro e que funciona há mais de trinta anos venha a fechar as portas, correto?
— Sim. É que o terreno onde foi construída esta casa de caridade pertence a uma única pessoa que é, diga-se de passagem, um dos fundadores da casa.
— E agora ele está querendo tomar o terreno de volta e pedindo que vocês venham a fazer a caridade em um novo local, não é isso?
— Sim.
— E isto tudo está acontecendo por que ele é o único dentre os fundadores da casa que deseja que ela tome novos rumos no contato com o mundo espiritual: endereçar mais esforços para o cientificismo e o experimentalismo e diminuir consideravelmente os valores voltados ao assistencialismo, correto?
— Sim.
— Então não se sinta inseguro. O proprietário do imóvel vai conseguir o que quer.
— Mas....
— ...entretanto, a caridade e o desejo de ajudar o próximo não está dentro do imóvel, apenas entre quatro paredes e sob um teto, certo?
— Entendo o que quer dizer.
— A caridade tem que estar dentro dos corações e mentes e, se assim for, pouco importa o local aonde se vai exteriorizá-la para o plano físico a favor do próximo. Na realidade, eu entendo a preocupação de vocês, mas a ajuda que eu posso e devo lhe ofertar é no sentido de estar transmutando as dúvidas sobre onde praticar a caridade no futuro em certeza de que a caridade pode e deve ser praticada em qualquer lugar sem que se preocupe com templos de pedras, tendo em vista que cada ser humano é, de fato, um templo vivo de Deus. Entende?
— Perfeitamente.
— Posso ajudá-lo também no sentido de estar agregando cada vez mais o Divino sentido do amor em sua vida, afim de que possa se estabilizar emocionalmente e adquirir condições ideais de continuar em sua jornada em prol da caridade. Você deseja esta ajuda?
— Sem dúvidas.
— Então, se concentre!
E, dizendo isto, a entidade fechou os olhos e esticou os seus dois braços à frente, ficando com as palmas das mãos voltadas em direção ao consulente. Neste instante eu vi uma cruz dourada acender na fronte da entidade, assim como também vi, simultaneamente, uma intensa claridade rósea iluminar todo o seu peito e fluir pelos braços até concentrar-se nas palmas das mãos; e foi no exato momento que suas mãos se iluminaram com esta cor que a entidade as depositou na cabeça do consulente e este, após breves instantes, começou a estremecer todo o seu corpo e soltou um profundo suspiro para, logo após, sumir de minhas vistas.
Com a intenção de aprender um pouco mais sobre as coisas de Deus foi que eu caminhei mais um metro e meio a minha frente.
— Salve Jesus filho. Como eu poderia ajudá-lo?
— É o grupo de estudos do templo que freqüento.
— Você é o responsável por ministrar estes estudos, não é verdade?
— Sim, mas é que eu já não sei mais o que fazer para aprimorar e facilitar os estudos a fim de que os irmãos do templo possam captá-los com maior facilidade.
— Você se encontra desanimado em procurar conhecimentos complementares e utilizar novas didáticas em sua tarefa de expandir o conhecimento, certo?
— Verdade, é isso mesmo. Você poderia me ajudar?
— Filho, vamos por partes. Na verdade o seu desânimo é fruto de uma confusão que existe em sua mente a respeito da verdadeira função de uma casa de caridade.
— Confusão mental?
— Exatamente. Você pensa que toda instituição religiosa é, primordialmente, uma escola onde os “professores” ensinam regras de conduta e os “alunos” devem se esforçar ao máximo para absorvê-las a fim de que não sejam reprovados.
— Mas isto não é verdade?
— Prioritariamente não. Toda casa de caridade, meu irmão, é, antes de tudo, um hospital.
— Hospital?
— Sim. Um divino ambulatório freqüentado por pessoas debilitadas não só organicamente, mas também mental, emocional, moral e espiritualmente. Muitos freqüentam o templo, encontram a solução para seus problemas e vão-se embora, assim como alguém que está com problemas de saúde e vai num posto médico para encontrar a solução para seu caso vai-se embora quando se sente melhor.
— Mas e aquelas pessoas que chegam ao templo com suas questões particulares e continuam freqüentando a instituição religiosa, muitas vezes tornando-se até mesmo membros efetivos dela?
— Falaste bem meu irmão, estes são os companheiros de jornada que, uma vez encontrando a cura para seus problemas, procuram agradecer ao Divino Criador pela graça recebida tornando-se curadores por meio da divina arte de curar pela prática da caridade. Entenda que eles encontraram a cura para aqueles problemas específicos que os afligiam, mas não para todas as enfermidades de seus espíritos, sejam elas de qual natureza forem.
— Estou entendendo.
— Isto significa dizer que todos os membros de uma casa de caridade, de certa maneira, são “doentes”, certo?
— Certo.
— Então isto quer dizer que todos devem freqüentar os templos não com o sentimento de ensinar, mas sim o de aprender, não é verdade?
— É verdade.
— Aprender como encontrar a cura para os demais problemas de sua vida e auxiliar o irmão, naquilo que lhe for possível, a encontrar a cura para as enfermidades que são inerentes a ele, correto?
— Sim.
— Somente assim é que se encontra a cura para os seus próprios problemas porque, afinal, é dando que se recebe, não é verdade?
— É verdade, mas foram os próprios irmãos do templo que freqüento que me elegeram o responsável pelas reuniões de estudo.
— Correto, mas você deve fazer destas sagradas reuniões momentos preciosos para, através da divulgação do conhecimento relativo às coisas de Deus, você ministrar pequenas doses de remédios que, posteriormente, possam fazer com que cada um se sinta animado a se curar de suas “doenças”. Você deve ministrar o conhecimento como um santo remédio que os levem a alcançar a cura de suas moléstias e a desejarem evoluir junto a Deus Pai Todo-Poderoso.
— Mas é isso que eu procuro fazer!
— Concordo que isso você até faz, mas não é verdade que depois você fica a observar a conduta de cada irmão com o intuito de verificar se suas palavras penetraram seus corações e os levaram a modificar seus comportamentos?
— É verdade.
— E como, no seu modo de ver, parece que as palavras não surtem o efeito desejado por você, é que tens desanimado em desempenhar esta santa tarefa, correto?
— Correto.
— Meu irmão, você veio aqui nesta noite pedir ajuda no intuito de encontrar maneiras de aprimorar e facilitar os estudos a fim de que os irmãos do templo que você freqüenta possam captá-los com maior facilidade. Não é isso?
— Perfeitamente.
— Mas acontece que se você mudar o seu modo de enxergar uma casa de caridade, verá que, na realidade, outro será o seu pedido.
— Como assim?
— Veja bem. Se você passar a enxergar uma casa de caridade como um hospital e não como uma escola, você deixará de ver a si mesmo como um professor e passará a ver um médico.
— E qual a diferença? Não entendi.
— É que a função de um professor realmente é a de ensinar os seus alunos a aprenderem as lições da melhor forma possível, sem desejar passar para o próximo conteúdo se o anterior não estiver bem apreendido. Não é assim?
— Exatamente.
— Já a função de um médico é ministrar as medicações e deixar que estas, por si só, possam fazer efeito no organismo da pessoa que se encontra com a saúde debilitada, a fim de que esta possa recuperá-la.
— Ainda não entendi.
— Meu irmão, após ministrar os seus conhecimentos, no momento das reuniões de estudo, comporte-se como o médico e procure deixar que suas palavras possam fazer efeito na vida de seus irmãos no ritmo e no tempo de cada um.
— Ah, agora entendi!
— Comporte-se como professor apenas no momento em que as lições estiverem sendo ministradas, lecionando com carinho, amor e desvelo e procurando sanar as dúvidas de seus irmãos aonde lhe for possível, correto?
— Correto.
— Mudando a sua forma de ver uma casa de caridade, você verá que não precisa de novas didáticas para exercer sua tarefa de ministrar conhecimentos relativos a Deus.
— Verdade?
— Sim. Você verá que, na realidade, precisa é de uma energia transmutadora na sua vida que lhe permita mudar a sua visão de um templo religioso e, consequentemente, o seu próprio papel no momento de ministrar os estudos relativos ao divino.
— Puxa, é verdade!
— Você precisa é ser banhado por uma energia transmutadora que possa renovar, em sua vida, o Divino sentido do conhecimento. Você deseja esta transmutação expansora em sua vida?
— Por favor, fique a vontade!
— Então, se concentre!
E, dizendo isto, a entidade fechou os olhos e esticou os seus dois braços à frente, ficando com as palmas das mãos voltadas em direção ao consulente. Neste instante eu vi uma cruz dourada “acender” na fronte da entidade, assim como também vi, simultaneamente, uma intensa claridade esverdeada a iluminar todo o seu peito e fluir pelos braços até concentrar-se nas palmas das mãos; e foi no exato momento que suas mãos se iluminaram com esta cor que a entidade as depositou na cabeça do consulente e este, após breves instantes, começou a estremecer todo o seu corpo e soltou um profundo suspiro para, logo após, sumir de minhas vistas.
Neste exato momento, antes que eu desse mais alguns passos à frente, eu escutei o Senhor Caboclo Sete Estrelas a se comunicar mentalmente comigo:
— Prezado companheiro os trabalhos da noite estão quase chegando a seu término, de forma que me sinto na obrigação de lhe informar que o próximo diálogo a ser escutado deverá ser o último desta noite, compreendido?
— Sim senhor!
— Então prossiga com seu trabalho.
Somente após escutar esta determinação foi que eu procurei andar mais um metro e meio a minha frente para presenciar um novo dialogo com novos personagens:
— Salve Jesus meu filho. Eu poderia fazer algo por você?
— Salve Jesus meu amigo. É que eu gostaria de lhe pedir uma ajuda para todos os irmãos pertencentes ao templo religioso que eu freqüento e, mais ainda e se possível, uma ajuda ainda maior para os irmãos que foram os fundadores desta instituição religiosa.
— Primeiro conte-me o que está acontecendo.
— Tudo bem. É que este templo religioso já tem quase trinta anos de existência, sendo que eu sou membro efetivo dele há quinze anos.
— Sim, prossiga!
— Então, é que desde quando comecei a freqüentar o templo até hoje os seus fundadores se comportam de uma forma muito fechada entre si.
— Como assim, meu amigo?
— É que os fundadores parecem não perceber, não sei se de forma intencional, que o espaço físico do templo e a quantidade de membros freqüentadores aumentaram consideravelmente ao longo destes quase trinta anos e, sendo assim, regras comportamentais e formas de trabalho que funcionavam de maneira perfeita no momento da fundação do templo, não necessariamente surtem o mesmo efeito no momento presente.
— E onde está o problema, meu amigo?
— O problema é que eu percebo que os fundadores do templo dispensam mais atenção aos membros mais antigos do que aos novos membros. Sendo que a conseqüência deste tipo de conduta é a migração constante de membros novatos para outros templos religiosos. Sei que as mudanças de templo no que diz respeito aos seus membros é um caminho até mesmo natural, mas não na proporção e no espaço curto de tempo em que isto ocorre lá no templo em que freqüento. O senhor poderia ajudar-me com este problema?
— Na verdade, qual é a ajuda que você realmente deseja?
— Eu gostaria que você ajudasse os fundadores do templo no sentindo de estar modificando suas condutas e adequando-as à época atual, renovando o espírito deles e fazendo com que dêem mais atenção aos membros novatos do templo; ou pelo menos a mesma atenção que eles dispensam aos membros mais antigos.
— É verdade que em qualquer instituição religiosa são os seus membros mais antigos que devem se aproximar dos membros novatos. Na realidade é sempre importante a apresentação destes novos membros a toda comunidade religiosa daquele templo., porque são atitudes como essas que propiciam uma maior interatividade e fazem com que estes membros novatos sintam-se verdadeiramente acolhidos e pertencentes, de fato, as suas respectivas casas de caridade. Entendo que se o membro novato não se sentir verdadeiramente acolhido, é um movimento natural o de ele desejar mudar para outro templo religioso.
— É verdade.
— Na realidade eu entendo a união e amizade que existem entre os membros mais antigos do templo, entretanto não se deve confundir tradição com conservadorismo radical.
— É exatamente como eu penso!
— Entretanto, não se deve obrigar os fundadores do templo que você freqüenta a deixarem de ser o que são. Entenda que a forma deles procederem não é por maldade, mas sim por que não sabem como procederem de forma diferente. Sei que você já abordou este assunto com eles e teve a nítida sensação de não ter obtido nenhum tipo de resultado. Não é verdade?
— Sim.
— Mas aí é que você se engana.
— Sério?
— Muito sério porque, veja bem, exteriormente parece que a conversa não adiantou nada, entretanto a semente plantada por você está a germinar nos corações destes membros fundadores.
— Verdade?
— Verdade, entretanto não se precipite. Lembra-se do ditado onde se afirma que “coração dos outros é terra que ninguém pisa” ?
— Lembro sim.
— Pois então entenda que a “terra” de que é feita o coração dos membros fundadores do templo é diferente da “terra” que forma o seu coração. Dê tempo ao tempo e você se surpreenderá com os resultados de sua semeadura.
— Para mim é uma noticia animadora.
— Para mim também, mas com o objetivo de estar lhe auxiliando a regar, a cada dia, o coração dos membros fundadores do templo em que freqüenta creio que devo lhe auxiliar imantando o seu espírito com a divina energia evolutiva.
— Energia evolutiva?
— Exatamente. É a energia que desperta nos espíritos o desejo de transmutarem conceitos errôneos e, assim, de buscar novos caminhos que os façam evoluir junto a Deus Pai Todo-Poderoso. Você deseja ser envolvido por esta energia divina?
— Certamente.
— Então, se concentre!
E, dizendo isto, a entidade fechou os olhos e esticou os seus dois braços à frente, ficando com as palmas das mãos voltadas em direção ao consulente. Neste instante eu vi uma cruz dourada brilhar na fronte da entidade, assim como também vi, simultaneamente, uma intensa claridade na cor violeta iluminar todo o seu peito e fluir pelos braços até concentrar-se nas palmas das mãos; e foi no exato momento que suas mãos se iluminaram com esta cor que a entidade as depositou na cabeça do consulente e este, após breves instantes, começou a estremecer todo o seu corpo e soltou um profundo suspiro para, logo após, sumir de minhas vistas.
Exatamente neste instante, antes que eu desse mais alguns passos à frente, pude escutar o Senhor Caboclo Sete Estrelas a se comunicar mentalmente comigo mais uma vez:
— Companheiro, sua tarefa chegou ao fim. Procure virar-se em direção ao mar e fazer o sinal da cruz em reverência a esta energia Divina e procure algum ponto aqui mesmo na praia onde você possa ficar isolado.
— Sim senhor!
Após saudar o mar e virar de costas eu dei aproximadamente uns setenta passos a frente e fiquei aguardando um novo contato mental que, por sua vez, não tardou em acontecer:
— Agora sente-se na areia do mar em posição de lótus e feche os olhos.
Após ter seguido todas as determinações o Senhor caboclo voltou a se comunicar:
— Muito bem, agora devido ao pouco tempo que temos antes do encerramento dos trabalhos desta noite e também devido a sua incontida curiosidade, eu devo dizer que recebi permissão do Alto para lhe conceder o direito de estar fazendo apenas três perguntas.
— Sim senhor!
— Pode começar!
— Obrigado pela oportunidade. Veja bem, pelo que pude perceber todas essas entidades à minha frente são falangeiras de Pai Oxalá que estão aqui esta noite para auxiliar líderes religiosos e pessoas membros de seus templos que lhe são intimamente interligadas. Penso que não são entidades da esquerda porque sinto que são vibrações distintas. Também percebo que não são entidades que assumem a forma de crianças quando incorporadas no terreiro e nem os Senhores Pretos-velhos; sendo assim, as entidades a minha frente só poderiam ser os Senhores Caboclos, mas só que eles não se comportam como se assim o fossem. Então minha primeira pergunta é: Quem são essas entidades?
— Você não os reconheceu?
— Não senhor.
— E se falassem mal a língua portuguesa e andassem curvados e vagarosamente, você saberia identifica-los?
— Meu Deus, são os Senhores Pretos-velhos? Mas eu nunca os vi assim plasmados desta forma!
— Para tudo tem uma primeira vez, não é companheiro?
— É verdade!
— Isto é para você sempre se lembrar de que, da religião que você professa, será sempre um eterno aprendiz. Compreende?
— Sim senhor!
— Então pode fazer a sua segunda pergunta.
— Na verdade agora eu entendo porque todos Eles decidiram se plasmar com roupas brancas tão singelas e também porque nos sete diálogos que presenciei, o conceito transmutação estava sempre sendo trabalhado com os consulentes. Veja bem Caboclo Sete Estrelas, acho que posso interpretar o brilho do símbolo da cruz e a coloração deste na fronte de cada entidade antes delas realizarem um trabalho em prol de algum consulente da seguinte forma: o símbolo é uma cruz porque é ela que representa a linha de trabalho dos Senhores Pretos-velhos, já a coloração dourada pode ser explicada por todas estas entidades encontrarem-se fatoradas ao Divino trono Oxalá. Depois eu gostaria que o senhor, se pudesse, confirmasse se minhas conclusões estão corretas porque, neste exato momento, eu gostaria de lhe perguntar o porquê da cor do brilho presente no peito de cada entidade, instantes antes delas praticarem a caridade em benefício dos consulentes, ser diferente para cada uma delas sendo que esta variação de cor perfaz o total de sete cores?
— Primeiramente devo lhe dizer que suas conclusões estão corretas. Já esta diferenciação de cores presentes no peito de cada entidade se explica pelo fato delas irradiarem “cores” captadas das linhas de umbanda onde os assistidos estejam mais necessitados. Então essas entidades captam momentaneamente essas energias e as irradiam em favor dos consulentes. Assim, quando você viu uma determinada entidade irradiar do seu peito uma coloração vermelha, significa dizer que você presenciou um preto-velho a captar momentaneamente a energia divina da vibração de Ogum e direcioná-la rumo ao consulente com o intuito de estar transmutando, na vida deste, conceitos, idéias e sentimentos errôneos no que diz respeito as suas crenças relacionadas ao divino e, também, e posteriormente, de estar ordenando em sua vida o divino sentido da fé.
— Fantástico e impressionante!!!
— Faça então a pergunta derradeira.
— Eu gostaria de saber, sem estar querendo questionar coisa alguma, porque havendo tantos pontos de força na natureza, justamente o mar sagrado foi escolhido pela espiritualidade como local para estarem sendo realizados os trabalhos desta noite?
— E eu posso lhe responder que os trabalhos desta noite, que por sinal já está quase virando dia, aconteceram na beira da praia para que os senhores Pretos-velhos pudessem aproveitar ao máximo a absorção da divina energia geradora que é proveniente e inerente ao mar sagrado a fim de que, assim que as transmutações tenham ocorrido nas vidas dos consulentes, novos conceitos da luz e do bem possam ser gerados em suas vidas e auxiliá-los na resolução de seus problemas. Entendido?
— Perfeitamente.
— Então agora abra os olhos lentamente e procure tomar a direção do mar. Quando estiver de frente a ele, procure adentrá-lo somente até onde as águas possam molhar o seu tornozelo, então, dê as costas para o mar e aguarde silenciosa e respeitosamente o momento em que todas as entidades cantarão um ponto que você deve ouvir se concentrando na divina energia do mar banhando os seus pés e penetrando em seu espírito a fim de que, quando você despertar no plano físico, possa guardar em sua memória não apenas a letra do ponto, mas também a melodia. Entendido?
— Sim senhor!
Ao dar as costas para o mar, pude ver uma cena que, juro, jamais esquecerei em minha vida:
Todos os Senhores Pretos-velhos estavam de mãos dadas, de olhos fechados e irradiando por todo corpo uma energia tão forte e dourada que mais pareciam estrelas do céu depositadas pela misericórdia Divina a beira-mar a fim de iluminarem nossas vidas. Eu procurei segurar o meu pranto, mas na hora exata que eles começaram a entoar o ponto não houve como segura-lo. Chorei feito criança quando vê pela primeira vez toda beleza e majestade do mar, entretanto procurei recordar a determinação do Senhor Caboclo Sete Estrelas em relação a concentração para guardar o ponto em minha memória quando despertasse no plano físico e tentei serenar minhas intensas emoções. Minha tentativa surtiu efeito e eu pude escutar os Senhores Preto-velhos cantarem assim:


Estrela que brilha no céu,
estrela que brilha na paz,
estrela que brilha no mundo
é a luz de Oxalá.




Saravá a Deus Pai Todo-poderoso!!!!
Saravá a Pai Oxalá!!!!
Saravá aos Senhores Pretos-velhos!!!
Saravá à força do mar sagrado!!!!
Mensagem do Sr. Caboclo sete Estrelas recebida em 27/10/2007

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