A mediunidade é vista por muitos como um grande fantasma, algo que deve ser tratado e retirado da vida de uma pessoa já que ela é responsável por prováveis malefícios na sua vida. Já por outros é vista como um carma, algo pesado que se tem para carregar. Outros ainda consideram-na como um dom que nos torna muito especiais. Mas será que realmente ela é prejudicial, um fardo ou algo exclusivo?
Segundo ensinamentos espirituais, 30% das pessoas já nascem portadoras de faculdades mediúnicas plenamente desenvolvidas, sejam elas conquistadas noutras vidas ou no tempo em que estiveram no astral.
Isso acontece por a mediunidade ser uma das mais poderosas ferramentas para o desenvolvimento consciencial e espiritual do ser humano.
Independentemente da crença religiosa de cada um, é notório que quase todas (para não dizer todas) as filosofias espirituais e religiosas vieram por inspiração ou pelo ensinamento de seres espirituais considerados de alto grau ou luminosidade e que as mesmas serviram como regra ou padrão para um desenvolvimento equilibrado e natural da humanidade. Claro que temos que levar em conta a cultura local e a época em que foram passadas tais orientações.
A humanidade evoluiu e, conseqüentemente, as religiões e a espiritualidade como um todo, adaptando-se aos novos meios e aos novos tempos, sem nunca deixarem de ser o que são: vias de desenvolvimento humano.
Vimos também em relatos históricos que a queda de antigas civilizações se deu ao facto do afastamento progressivo da sua sociedade das condutas religiosas, espirituais e éticas propagadas pelas mesmas, pois estas serviam para manter uma estabilidade e um equilíbrio no seu meio.
Sabemos que alguns vão dizer que alguns conceitos ficaram ultrapassados e ilógicos. Vamos ter que concordar. Afinal de contas, tudo evolui. Mas também sabemos que alguns deles sempre estiveram, estão e estarão corretos por serem verdades irrefutáveis.
Não vamos aqui falar de conceitos religiosos verdadeiros ou falsos, mesmo porque cada religião e sociedade têm os seus próprios meios de os ver, interpretar e entender e não somos nós que iremos armar-nos em donos da verdade.
“É tolo aquele que deseja uma prova do que não pode perceber;
E é estúpido aquele que tenta fazê-lo acreditar.”
William Blake
E é estúpido aquele que tenta fazê-lo acreditar.”
William Blake
Mas quando nos afastamos de Deus e dos seus valores eternos e internos, passamos a criar desequilíbrios pessoais e interiores. Isso é um fato e se isso acontece em larga escala, com certeza criaremos também problemas sociais.
E o que isso tem a ver com mediunidade?
Tudo – respondemos nós.
Acreditamos que muitos já devam ter ouvido falar de um “tal” de desequilíbrio mediúnico que leva tantas pessoas a sofrer. Mas será mesmo que a mediunidade se desequilibra?
De forma nenhuma – respondemos nós – pois a mediunidade é um sentido, uma capacidade natural do ser humano de se conectar com o invisível ou, se os mais cépticos preferirem, com o abstracto. Porém, se não fosse pela nossa condição mediúnica, inerente a todo o ser humano, não seríamos capazes de realizar uma única oração que fosse. Ou não é verdade que o acto de rezar é uma forma de se comunicar com planos espirituais ou invisíveis?
E sentido é algo que não se desequilibra, mas pode dar “defeito” ou ser mal utilizado, por exemplo: uma pessoa que só vê maldade em tudo, é a sua visão que está em desequilíbrio ou é um desequilíbrio da sua personalidade (maldosa)? Diferente de uma pessoa que passa a ter problemas de visão ou fica cega pois deixa de ver com nitidez ou mesmo de todo, certo?
Pois bem, por acreditar que quem desequilibra a sua condição mediúnica é o próprio médium, através dos seus próprios comportamentos psíquicos, emocionais e sociais (independentemente dos motivos que o levaram a isso), achamos que um reencontro desse mesmo médium com Deus, através de uma religião, é capaz de equilibrá-lo novamente. O ensino de Deus, das Suas divindades e dos valores morais ligados a Ele e a ela (religião), não só o ajuda na sua transformação interior como também no seu fortalecimento e equilíbrio enquanto indivíduo. A isso também chamamos de desenvolvimento mediúnico, pois o acto de desenvolver a mediunidade não pode ficar apenas no exercício e no treino mediúnico. É preciso antes ensinar, pois se não houver um entendimento da mesma não irá ter o resultado almejado, que é o bem-estar do indivíduo. Por isso é tão comum um médium ir um templo umbandista e escutar da entidade “ filho, o seu problema é mediunidade e você precisa desenvolvê-la para melhorar”, porque um desenvolvimento mediúnico bem orientado ajuda a desenvolver a consciência de que é preciso também uma transformação interior que o ligará novamente a Deus, Suas Divindades e Seus princípios Divinos que o fortalecerão e o equilibrarão.
Claro que sabemos que uma atividade mediúnica fora de controlo, seja numa criança, num jovem ou mesmo num adulto, torna o ser muito mais sensível aos problemas do meio, deixando-o triste e perturbado psicologicamente, desinteressado pela vida, criando vários bloqueios e problemas físicos, psíquicos, materiais, profissionais, sentimentais, etc., que precisam ser orientados e cuidados.
Por isso a Umbanda utiliza o recurso mediúnico de incorporação para o equilíbrio e fortalecimento interior dos seus médiuns que, através dos seus Guias, passam a fortalecer-se, a aprender e, com o tempo, através deles e das suas bases, orientar os consulentes que comparecem nas suas sessões religiosas ou giras em busca de força, saúde, equilíbrio e felicidade para as suas vidas.
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