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Amigos da Umbanda!!! Saravá aos Pretos Velhos e Pretas Velhas!!!!!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Vivos que dizem que Amam, mas abandonam os Mortos!


Todo mundo gosta de bater no peito e falar que não é controlado pela religião. Ser religioso virou tão e somente freqüentar um templo, obedecer os dogmas e pagar ofertas e dízimos. Quem não faz estas coisas, apenas por não fazê-las, acha que não tem sua vida orientada pela Igreja; mas não sabe que em tudo que faz, o que e como pensa, sente e se expressa, o que ama e o que odeia, foi criado pela própria religião que ela jura por Deus que não a domina. Em relação aos mortos pode-se perceber o quanto a religião domina com seus princípios todo o pensamento, emoção e postura de uma sociedade. Cheio de gente chorando e lamentando por quem já se foi, como se isso adiantasse alguma coisa, mas ninguém faz nada.
A religião diz “morreu, morreu” e que nada há mais a fazer para aqueles que já se foram. Criou em todo mundo esta apatia e omissão e passou-se a abandonar aqueles que já estiveram do lado de cá. Todo o pensamento religioso que tira do homem o poder e dá a Deus, e assim automaticamente aos sacerdotes, que são os atravessadores entre Deus e o homem, está impregnado no modo de vida das pessoas e elas ainda acham que não podem e não devem fazer nada quando alguém morre. Dizem que amam uma pessoa, mas quando esta morre, cruzam os braços, só choram, pensam que não podem fazer nada e não fazem nada. Enquanto isso, do lado de lá, a pessoa que tanto disseram que amam sofre.
A idéia de vida após a morte que as pessoas têm, que é baseado apenas em crenças, sejam religiosas ou não, vai criando ilusões, falsas verdades, mentiras que ao se deparar com a realidade chocam. As pessoas passam a vida toda acreditando em uma coisa, mas quando se deparam com aquilo, vêem que não é como pensaram, suas ilusões são colocadas à prova e aí surge o seu inferno particular. A pessoa que morre e ao se encontrar no outro plano começa a procurar céu, anjos e Jesus, vê que nada daquilo existe e fica vagando como um espírito errante; assim como todas as outras ilusões que cada um cria sobre a vida posterior, através de crenças mas que não obtiveram experiência prática alguma em vida, daí a importância de ser consciente em vida sobre o outro mundo pois a pessoa já saberá o que encontrará no outro plano quando morrer.
O materialismo também cria espíritos errantes que ao ingressar no mundo dos mortos passam a vagar desnorteadamente por aí, como verdadeiros loucos, sem saber o que fazer nem para onde ir. As pessoas pensam que materialismo é apenas o apego aos bens materiais, mas não é. É o apego à matéria, ao que é mente, ao que é e está no físico. Apegar-se é prender-se, o Amor também pode ser um apego, assim como as idéias, a personalidade e espírito. A pessoa morre sem estar apegado ao carro, mas está apegado a alguém; dá na mesma. Morre, vê o corpo caído e não consegue desvencilhar-se da realidade do plano físico. Não entende que sua família era apenas a família em uma vida e que o seu caminho continua, que as suas idéias não eram suas e que não fazem parte do que realmente é.
Existe também a natural transição entre o desenlaçar da vida que pode demorar um certo período de tempo, dependendo de cada um. Até a personalidade desfazer-se, o corpo astral desenlaçar-se e também desfazer-se, até a pessoa adquirir consciência de que tudo aquilo que era o seu mundo, seus bens, sua família, aquilo que amava, suas idéias, acabou, existe um tempo de grande turbulência para o espírito que precisa destruir em si a realidade anterior e adquirir a nova. Este tempo é logo após a morte e pode durar dias, meses ou até mesmos anos, que é o tempo em que o espírito está nas trevas da inconsciência e que os vivos deveriam ajudar, trazendo luz, ao invés de cruzar os braços e achar que nada podem fazer.
Em várias culturas em todos os tempos do mundo sempre houve a figura do guia do umbral, como Anúbis que leva o espírito até o tribunal de Osíris, o barqueiro grego e os anjos cristãos. Isso representa a consciência de que a transição é um momento delicado e que a pessoa precisa de ajuda, principalmente os inconscientes. Esta consciência vai ser adquirida uma hora ou outra, independente de ajuda, mas quanto mais estes espíritos forem ajudados mais rápido sairão de lá e vai muito da ajuda que cada vivo poderá dar. Os extremos é que devem ser evitados, da mesma forma que cruzar os braços e não fazer nada não adianta, ficar cultuando o morto com coisas materiais e espírito também não ajuda, já que prende ainda mais o espírito a este plano.
Guardar luto, ficar visitando túmulos, manter tristeza e seriedade não adianta nada. O morto está sozinho em um novo mundo, vai estar na escuridão, pois assim como estava cego para esta realidade em vida vai precisar aprender a ver do lado de lá, tudo vai ser trevas e escuridão e o espírito precisará de luz. É preciso que aqueles que dizem amar aquele que se foi tenham o mínimo de boa vontade, esforço e dedicação para tentarem tornar menos penosa possível a transição de um mundo para o outro desta pessoa. Isso pode ser feito com orações conscientes, com visualização de luz, clareza, consciência e bem-estar para o espírito. Rezas e orações feitas não adiantarão a não ser que o morto comungue da mesma egrégora, por isso não adianta um católico mandar rezar missa para um ateu ou evangélico. O plano de vibração de consciência é outro.
Isso pode ser feito por qualquer pessoa próxima, como amigos ou familiares. Em todo círculo de pessoas sempre há os próximos mais distantes e os próximos mais próximos. Os que são mais próximos podem além de fazer estas visualizações realizar outros procedimentos para entrar em contato mais direto e objetivo com o morto. Este procedimento deve ser feito entre os que verdadeiramente sentem-se ligados a este de uma forma maior que os outros. Muitos familiares choram no funeral, mas no dia seguinte já estão rindo e continuam suas vidas como se nada tivesse acontecido, outros não agindo assim, também não sentem tristeza, mas sentem uma saudade de espera de quem logo voltará a encontrar. Para estes é possível fazer outras coisas, alertando que isto cria laços entre a pessoa e quem não gostar de se incomodar não deve fazer. Tentar ajudar um recém falecido é como ter alguém enfermo sob seus cuidados, o qual deverá ter responsabilidade e o sino sempre poderá ser tocado.
Uns fazem demais, outros de menos. Uns tentam manter a presença do morto do lado de cá, outros lavam as mãos e agem como se o morto não existisse mais. A verdade é que todo aquele que acaba de passar pela transição está só, desamparado e precisa de ajuda para adentrar ao novo mundo. Esta ajuda pode ser feita por quem está aqui, sem precisar fazer muito, mas o que fazer precisa ser feito com amor, boa vontade e compaixão e sem deixar uma mão saber o que a outra faz. Este negócio de achar que a pessoa morre e vai vir um monte de anjinho levar voando para o céu, vai ter um túnel com uma luz bonitinha no final ou vir um monte de parente sorrindo buscar é ilusão.
Não funciona assim. A vida do lado de lá começa aqui, com a consciência desde aqui. Luz é consciência de luz.

Pense Nisso...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Guardião


Ele lê rapidamente a placa na parede daquela casa:
Joga-se búzios, tarô, faço trabalho de amarração. Mãe Vera da Bahia.
Resolve entrar. Na ante-sala várias pessoas aguardavam para serem atendidas.
Uma moça de olhar triste e perdido. Um homem de gestos afeminados.
Uma senhora de idade avançada. Lá dentro do quarto penumbre luzes vindas de velas, sente o cheiro forte de defumação que não demora, invade a casa.
Observa os móveis. Realmente mãe Vera vive bem: aparelhos novos estão por toda a espaçosa casa. Uma jovem auxiliar preocupa-se em receber antecipadamente o valor da consulta. A moça de olhar perdido puxa conversa com a outra mulher. Sussurra que precisa amarrar um homem casado. Envolvera-se com ele no ambiente de trabalho e mesmo sabendo que é casado, possui filhos, acha precisa tê-lo a qualquer custo. Diz que já foi em vários terreiros falou com Exus e Pomba Giras que lhe recusaram o pedido.
Alegavam que ela não devia deixar um impulso, acabar com a vida daquele homem. Ainda segundo ele os Exus ponderaram que se tivesse paciência arrumaria alguém livre para amá-la com o desprendimento que merecia.
Nada disso a comove queria o tal homem casado e pagaria o que fosse preciso...
A mulher que a ouvia calada concordou com os argumentos usados.
Por sua vez disse que estava ali para acabar com sua vizinha, mulher nova e bonita que nunca havia lhe feito nada, ao contrário até tratava-a bem, mas ela não podia suportar a felicidade da outra. Pagaria dona Vera para matá-la na magia. O homossexual ouvindo a conversa resolve-se abrir:
Apaixonara-se por um homem e este embora nunca tenha destratado deixou claro que era noivo feliz e nunca iria se envolver com ele.
Sendo assim estava ali para que tal mãe de Santo amarra-se seu homem... Não notara a presença dele.
Em seu intimo está revoltado. Pois a tão poderosa mãe de Santo não passa de uma mulher inescrupulosa que usa a baixa espiritualidade para alimentar a ganância, a cobiça, o ódio nas pessoas.
Não percebe a tal mulher que ao fazer isso está apenas sendo como instrumento dos Kiumbas. Lá no quartinho alheia ao que se passara na ante-sala D. Vera acaba de atender mais um cliente.
Envolta pela fumaça e com todas aquelas velas acesas, além de várias imagens de Exus, a mulher de fato impressiona. Ela não está só: um grande Kiumba e seu séqüito estão ali prontos a usá-la e sugar as energias daquela gente que ela atende.
O Kiumba está feliz: lá fora mais vitimas. D. Vera também está, pois vai ganhar um bom dinheiro.
Não sabem e que terão uma grande surpresa. O homem que até então estivera ouvindo aquelas pessoas, pede licença para passar na frente, pois tem que viajar com urgência. Os três consulentes medem de cima a baixo, vêem que estão diante de alguém importante e resolve aceitar o pedido.
Ele entra no quarto, D. Vera sente o coração bater mais forte. Acha graça até daquele homem tão imponente estar em sua casa, hoje pensa ela, vai faturar alto. O Kiumba se alvoroça, percebe que aquele homem está olhando para ele. Mas como pode ser isso? E aí percebe ter cometido um erro enorme: o tal homem era um Exu de Lei. A força do Exu lhe envolve de tal maneira que ele sente sair dali com urgência. E assim faz: desaparece deixando só a mãe de Santo. Por sua vez D. Vera começou a tremer e soar frio.
Tenta chamar ajuda, mas a voz lhe falta. Pensa que o estranho irá ajudá-la, mas este se limita a olhar para ela sorrindo.
Diz então que chegava a hora dela pagar por prejudicar e enganar tanta gente. Mostra que a mediunidade é como Dom Divino e como tal deve ser respeitada e usada para a pratica do bem, nunca para enganarem, jamais para causar discórdia e dor.
Completei o sermão usando mostrando que é: um Guardião de Exu de Lei. D. Vera está embasbacada, não sabe o que fazer. Suas pernas não obedecem...
Exu aproxima-se dela e a medida que ele avança ela cai. Quando percebe seu espírito está ao lado do corpo.
Desesperada ela grita, tenta voltar, mas agora é tarde. Exu agarra fortemente. Neste instante os consulentes ouvem o corpo que cai.
Exu gargalha e some.
Não mentira: iria viajar em direção do vale das Sombras tendo ao lado mais uma futura hospede.
         Por Cássio Ribeiro

Aprendizado Eterno


O professor de violino ouvia, admirado, a pretensão daquele velhinho lúcido e ágil, não obstante seus 77 anos: - Quero ser seu aluno!

        - Muito bem, Sr. Antônio, seja feita sua vontade. Saiba, entretanto, que, não sendo jovem, terá dificuldade no aprendizado.

        Além do mais, trata-se de um instrumento musical dos mais complexos...

        - Tudo bem, meu filho. Estou disposto a enfrentar essa "barra", mesmo com minhas limitações...

        O professor não se conforma.

        - Senhor Antônio, sua iniciação lhe tomará vários anos dedicados a estudos e exercícios. Considerando que, pela ordem natural, sua existência está no ocaso, não lhe parece um desperdício?

        O velhinho sorri e encerra o assunto, esclarecendo:

        - Em absoluto! O esforço do aprendizado não só me oferecerá motivações existenciais, alegrando meu presente, como preparará meu futuro. Regressarei ao Plano Espiritual com noções musicais que, tenho certeza, enriquecerão meus patrimônios culturais, favorecendo minha reintegração na pátria verdadeira. Lá também há violinistas...

        * * * Não há existências findantes - apenas etapas de aprendizado que se completam, as quais podem ser aproveitadas integralmente, favorecendo o porvir.

        A vocação de hoje iniciou-se no aprendizado de ontem, tanto quanto o talento do futuro começa no esforço do presente.

      Aprender, em qualquer idade, é o caminho mágico de realizações gloriosas. Quem faz com perseverança vai em frente, melhorando sempre, sem cansar nunca.


Do Livro: Atravessando a Rua - Richard Simonetti


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Hoje é Dia de Oxóssi - Hoje é Dia de São Sebastião - Dia 20 de Janeiro - Okê Caboclo!

  
    Muitos são os devotos se SÃO SEBASTIÃO no Brasil. Multidões o aclamam e o veneram no dia 20 de janeiro (dedicado em sua homenagem). Porém, poucos conhecem de fato a sua verdadeira história.

     São Sebastião nasceu em Narvonne, França, no final do século III, e desde muito cedo seus pais se mudaram para Milão, onde ele cresceu e foi educado. Seguindo o exemplo materno, desde criança São Sebastião sempre se mostrou forte e piedoso na fé.

    Atingindo a idade adulta, alistou-se como militar, nas legiões do Imperador Diocleciano, que até então ignorava o fato de Sebastião ser um cristão de coração. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar, tanto agradaram ao Imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal. Nessa destacada posição, Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma naquele tempo. Visitava com freqüência as pobres vítimas do ódio pagão, e, com palavras de dádiva, consolava e animava os candidatos ao martírio aqui na terra, que receberiam a coroa de glória no céu. 
      
        Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião com firmeza se defendeu, apresentando os motivos que o animava a seguir a fé cristã, e a socorrer os aflitos e perseguidos.

    O Imperador, enraivecido ante os sólidos argumentos daquele cristão autêntico e decidido, deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Tal ordem foi imediatamente cumprida: num descampado, os soldados despiram-no, o amarraram a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois o abandonaram para que sangrasse até a morte. 
       
       À noite, Irene, mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas. Passado um tempo, já restabelecido, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusados de inimigos do Estado. 
    
     Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos, e ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma. 
    
     Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Mais tarde, no ano de 680, suas relíquias foram solenemente transportados para uma basílica construída pelo Imperador Constantino, onde se encontram até hoje. Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra. 
    
    As cidades de Milão, em 1575 e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão deste grande santo. São Sebastião é também muito venerado em todo o Brasil, onde muitas cidades o tem como padroeiro, entre elas, o Rio de Janeiro .

        Fonte de Pesquisa:
         – Encyclopédia Universal Ilustrada Europeo-Americana, pp. 1262 –1265          

         – Encyclopédia e Dicionário Internacional, p. 10486 

Oração a São Sebastião

Glorioso mártir São Sebastião,
soldado de Cristo
e exemplo de cristão,
hoje vimos pedir
a vossa intercessão
junto ao trono do Senhor Jesus,
nosso Salvador,
por Quem destes a vida.
Vós que vivestes a fé
e perseverastes até o fim,
pedi a Jesus por nós
para que sejamos
testemunhas do amor de Deus.
Vós que esperastes com firmeza
nas palavras de Jesus,
pedi-Lhe por nós,
para que aumente
a nossa esperança na ressurreição.
Vós que vivestes a caridade
para com os irmãos,
pedi a Jesus para que aumente
o nosso amor para com todos.
Enfim, glorioso mártir São Sebastião,
protegei-nos contra a peste,
a fome e a guerra;
defendei as nossas plantações
e os nossos rebanhos,
que são dons de Deus para o nosso bem
e para o bem de todos.
E defendei-nos do pecado,
que é o maior
de todos os males.
Assim seja.


São Sebastião na Umbanda é Oxóssi

    Na Umbanda, Oxóssi é um dos principais Orixás, responsável por uma Linha que abrange caboclos e caboclas no sentido estrito (índios que usam cocares) relacionadas a conselhos sobre cura física ou espiritual. Às vezes é personificado na figura do Caboclo, isto é, do índio, ostentando um cocar e portando arco e flecha. Sua cor é o verde.

        Oxóssi ou Odé manifesta-se, no plano físico, através da fauna e flora do planeta. É o pulmão do universo. Além de exercer domínio sobre todos os elementos da floresta, manipula os valores medicinais e mágicos das plantas, das quais se utiliza para efetuar limpeza vibratória, material e espiritual, dos que dele se socorrem. Domina a força vital cósmica existente na seiva das plantas, aproveitando-se de suas emanações fluídicas para banhos e defumações destinados a descarregar as energias nocivas e equilibrar as forças energéticas do homem. 
     
     Oxossi é o orixá masculino iorubá responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso, na África é também cultuado como Odé, que significa caçador. É tradicionalmente associado à Lua e, por conseguinte, à noite, melhor momento para a caça. 
     
     Comparece no plano emocional dos humanos com acentuada característica de afetividade, cooperação, companheirismo, certo grau de aventura e franca liberalidade. Seus “filhos de cabeça” dão ótimos artistas, seja qual for o segmento da arte escolhido, em virtude da latente sensibilidade e inteligência. No plano mental, descortinam inventos, sistemas e estilos engenhosos, admiráveis, de quase impossível enquadramento lógico ou sensata previsão de solução ou acabamento do problema, fruto de sua capacidade intuitiva. 
       
       Geralmente, os filhos de Oxóssi asseguram que não existe protetor mais constante. 
       
       Os festejos dedicados a Oxóssi são muito concorridos por diversos motivos entre os quais destacamos o início do ano religioso, a própria comemoração em que há uma natural e contagiante alegria, com o Templo enfeitado onde se destaca a cor verde, o chão do terreiro coberto de folhas, e galhos de árvores presos à parede recendendo um perfume silvestre. Na mesa, vários cestos ou alguidares cheios de frutas diversas - que serão distribuídas generosamente aos participantes e assistentes. 
     
     As entidades que pertencem à sua falange apresentam-se como caboclos e caboclas. Possuem uma manifestação altiva e emitem vibrações fortes e firmes.

       Sincretismo: São Sebastião 
     
      Sua Guia (Fio de Conta): Suas guias são feitas geralmente com contas verdes e brancas, e em alguns casos, dentes de animais. 
     
     Sua Bebida: Vinho tinto, garapas e sumo de ervas em geral. 
     
     Sua Comida: Frutas não cítricas, milho, raízes, feijão fradinho torrado. 
    
    Suas ervas: Alfavaca do campo, jureminha, caiçara, arruda, abre caminho, malva rosa, capeba, peregum, taioba, sabugueiro, jurema, capim limão, acácia, cipó caboclo, goiabeira, erva de passarinho, guaco, guiné, malva do campo, são gonçalinho, Louro, cabelo de milho, eucalipto, manjericão, samambai.

        Velas: Verde, branca 
       
        Símbolo: Arco e flecha 
        
        Data da comemoração: 20 de janeiro 
        
        Dia da Semana: Quinta-feira
        
        Número: 6 
     
     Saudação: Oxóssi ê meu pai!; ou Okê Arô! - de OKÊ (monte) e AROU (título honroso dado aos caçadores). Significa: “Salve o Grande Caçador!” 
         
        Ponto de Força Vibracional: matas.
      
       Oxóssi é a Natureza, especificamente nas matas e no reino animal. É o conhecedor das ervas e o grande curador. É a essência da nossa vida. 
    
       É o Caçador das Almas da Umbanda e como caçador procura arrebanhar Almas desgarradas para futuramente formar um só rebanho. É o Senhor da Doutrina, aquele que atinge o coração e a inteligência das Almas envoltas em suas vibrações.
   
      Em caráter hierático, Oxossi lembra-nos o MÉDICO, DOUTRINADOR E PASTOR DAS ALMAS. Cura chagas, ensinando a substituição do ódio pelo amor, da luta pela trégua, da insubmissão pela submissão às Leis Divinas. 
      
       É o CAÇADOR DAS ALMAS, o orientador, aquela que mostra o caminho a ser seguido pela humanidade. Modificando inteligências e consciências, atuando na mente e no coração. Essa é a função hierática ou kármica de Oxossi.
   
          Estes protetores atuam manipulando as ervas sagradas, liberando as mazelas que se assentam no corpo astral e mesmo as que se assentam no corpo físico, através das doenças. Liberam as energias mentais pesadas e grosseiras, ativando o intelecto de muitos Filhos de Fé. São mestres na Arte da Magia Vegetal, manipulando quantitativa e qualitativamente o prana acumulado nas ervas, quer sejam elas administradas em chás, banhos ou defumações. 
   
     Assim trabalha a Linha de Oxossi, incrementando o bem-estar astral e físico, livrando muitos Filhos de Fé do Desanimo e da Doença. 
   
      Seu filho tem um tipo calmo, amoroso, encantador, preocupado com todos os problemas. Um grande conselheiro pelo seu gênio alegre, muito embora com forte tendência à solidão. Incapaz de negar qualquer ajuda à alguém, sabe, como poucos, organizar o caminho para as soluções complicadas. Com respeito à sua própria organização familiar, é muito apegado as suas coisas e à sua família, à qual dedica atenção total no sentido de provê-la e encaminhá-la. Diante as dificuldades próprias é muito hesitante, mas acaba vencendo, sustentado pelo seu interior alegre e otimista. É carente. Não assume o problemas dos outros, mas fica lado a lado ajudando-os. Ama a Liberdade e a Natureza. O mato, as águas, os bichos , as estrelas, o sol e a lua, são a bússola de sua vida. Não discute a fé. Acredita e é fiel seguidor da religião que escolheu. Não é ciumento e muito menos rancoroso. Quando atacado custa revidar. Quando o faz se torna perigoso. É, neste particular, ladino como os índios. Pisa macio, mas é certeiro. Tem um gosto refinado. Gosta das coisas boas, veste-se bem e cuidadosamente.
     
       O filho de Oxóssi é talvez o mais equilibrado. Para que sua vida melhore, deve despertar aquele gigante que habita sua essência, o que o tornaria mais disposto a encarar as suas próprias dificuldades. 
    
     Oxóssi é o senhor absoluto das florestas, prados e cerrados, matas e campos, onde floresce e reverdece a natureza fecunda, pulmões plenos de terra que tem a virtude de trazer o alimento vital, produto que é da seara: oxigênio puro do ar, além de todos os gases do cosmo.



       Okê Caboclo, Okê Arô Oxóssi!
 

Oremos:
Meu Pai Oxóssi!

Vós que recebestes de Oxalá o domínio das matas, de onde tiramos o oxigênio necessário á manutenção de nossas vidas durante a passagem terrena, inundai os nossos organismos coma vossas energia, para curar de nossos males!

Vós que sois o protetor dos caboclos, dai-lhes a vossa força, para que possam nos transmitir toda a pujança, a coragem necessária para suportarmos as dificuldades a serem superadas!

Dai-nos paz de espírito, a sabedoria para que possamos compreender a perdoar aqueles que procuram nossos Centros, nosso guias, nossos protetores, apenas por simples curiosidade, sem trazerem dentro de si um mínimo da fé.
Dai-nos paciência para suportarmos aqueles que se julgam os únicos com problemas e desejam merecer das entidades todo o tempo e atenção possível, esquecendo-se de outros irmãos mais necessitados!

Dai-nos tranqüilidade para superarmos todas as ingratidões, todas as calúnias!

Dai-nos coragem para transmitir uma palavra de alento e conforto aqueles que sofrem de enfermidades para quais, na matéria, não há cura!

Dai-nos força para repelir aqueles que desejam vinganças e querem a todo custo magoar seus semelhantes!

Assim Seja!

Calamidades e Provações.


Ontem…

O homem desejou recursos para mais facilmente abrir estradas e a Divina Providência lhe suscitou a idéia de reunir areia a nitroglicerina, em cuja conjugação despontou a dinamite. A comunidade beneficiou-se da descoberta, no entanto, certa facção organizou com ela a bomba destruidora de existências humanas.

Ontem…

O homem pediu veículos que lhe fizessem vencer o espaço, ganhando tempo, e o Amparo Divino ofereceu-lhe os pensamentos necessários à construção das modernas máquinas de condução e transporte. Essas bênçãos carrearam progresso e renovação para todos os setores das aquisições planetárias, entretanto, apareceram aqueles que desrespeitam as leis do trânsito, criando processos dolorosos de sofrimento e agravando débitos e resgates, nos princípios de causa e efeito.

Ontem…

O homem solicitou apoio contra a solidão psicológica e a Eterna Bondade, através da ciência, lhe concedeu o telégrafo, o rádio e o televisor, aproximando as coletividades e integrando no mesmo clima de aperfeiçoamento e cultura. Apesar disso, junto desses nobres empreendimentos, surgiram aqueles que se valem de tão altos instrumentos de comunicação e solidariedade para a disseminação da discórdia e da guerra.

Ontem…

O homem rogou medidas contra a dor e a Compaixão Divina lhe enviou os anestésicos, favorecendo-lhe o tratamento e o reequilíbrio no campo orgânico. Ao lado dessas concessões, porém, não faltam aqueles que transformam os medicamentos da paz e da misericórdia em tóxicos de deserção e delinqüência.

Ontem…

O homem pediu a desintegração atômica, no intuito de senhorear mais força, a fim de comandar o progresso, e a desintegração atômica está no mundo, ignorando-se que preço pagará o Orbe Terrestre, até que essa conquista seja respeitada fora de qualquer apelo à destruição.

Como é fácil observar, Deus concede sempre ao homem as possibilidades e vantagens que a Inteligência Humana resolve requisitar à Sabedoria Divina. Por isso mesmo, as calamidades que surjam nos caminhos da evolução no mundo, não ocorrem obviamente, sob a responsabilidade de Deus.

Autor: André Luiz
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Livro: Buscas e Acharás

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A Encruzilhada


Oferenda: Objeto ou coisa qualquer que se oferece: presente; dádiva – Diz-se na Umbanda, que oferenda é um presente para captar apenas vibrações, ou melhor, para harmonizar vibrações. 
Despacho: Ato ou efeito de despachar (dispensar os serviços de; mandar embora; despedir). 
Muitos acreditam ser a encruzilhada de Guardiões estas de rua ou de cemitério. Mas a verdadeira “Encruza” está no campo astral e não no campo físico.
Os Guardiões somente realizam “despachos” em encruzilhadas de rua e de cemitério, desde que sejam para fins específicos, quando à necessidade de manipular energias humanas que se entrecruzam. Fora disso, as encruzilhadas de rua e de cemitério não são os pontos de força dos Guardiões. 
Aquilo que rege o Macrocosmo também rege o Microcosmo, pois existe apenas uma Lei que comanda os mundos, adaptada conforme a forma de vida que esteja debaixo de sua ação e reação. As leis que ordenam e coordenam os astros, a natureza e os elementos são as mesmas leis que coordenam a biologia e a física do ser humano, exatamente por ser este influenciado pelo meio e pelas regras matemáticas dos astros e das potestades. 
E a Lei que dá formação e ajuste à matéria e que faculta, inclusive, o próprio modo de ser da movimentação Cármica, a Lei Mater aplicada a movimentação dos elementos, é sintetizada na Encruzilhada dos Guardiões, ou na Roda Cabalística da Encruzilhada. 
Sabemos que muitos irmãos realizam seus trabalhos ritualísticos nas chamadas encruzilhadas de rua ou cemitério. Achamos por bem alertar que encruzilhadas de rua e de cemitério são locais onde existem determinadas portas dimensionais que se ligam diretamente às covas mais profundas do Baixo Astral. São as chamadas “Portas Cruzadas” e os trabalhos feitos nestes locais, tem aceite somente por entidades que nada tem a ver com os verdadeiros Guardiões, ou são efetuados por ordens dos Guardiões de Lei, quando da manipulação energética necessária. 
Nas encruzilhadas de rua e de cemitério habitam os seres mais estranhos e terríveis, verdadeiros monstros, que alteraram a forma de seu corpo astral (Zoantropia), devido a sua própria conduta mental e emocional. Adulteraram completamente seus sentidos e seus objetivos na caminhada evolutiva, sendo seres viciados, dementados e na sua maioria perversos, coléricos e vingativos. Estes são os famigerados quiumbas, seres que habitam a contraparte astral de locais como prostíbulos, matadouros, casas de jogos, cemitérios, bares e mesmo churrascarias, pois são loucos por sangue, morte, bebida e vícios, os mais variados. 
E são eles que recebem nas encruzilhadas de rua e de cemitério as oferendas feitas com sangue, animais mortos, ossos e todos os tipos de materiais de baixa vibratória. 
Estes seres se agregam na aura dos infelizes que realizam tais práticas, como se realmente os vampirizassem, fomentando-os a realizarem sempre tais oferendas sangrentas no intuito de alimentá-los vibratoriamente. Muitos destes são acompanhados por outros seres que são chamados de “larvas astrais”. Estas são formas pensamentos viciadas, que possuem a forma de baratas ou de algo semelhante a lagostas, polvos, lombrigas, etc. Tais coisas se agregam à vítima e funcionam como um sensor que a liga ao quiumba, mesmo à distância. 
Estas larvas trazem realmente muitas doenças, tanto mentais como físicas fazendo com que a vítima se sinta, na maior parte das vezes desanimada e sem força de vontade, só se recuperando quando estão em qualquer prática viciosa. 
Esses quiumbas são combatidos pelos Guardiões de Lei da Umbanda, que exercem verdadeiro policiamento nas zonas onde existem o tóxico, o álcool, a prostituição e coisas piores. Os Guardiões os policiam para não utilizarem a contraparte etérica de elementos como o sangue, ossos, etc., por exemplo, para fins de contundência. 
Na verdade, estes quiumbas são igualmente nossos irmãos, estando apenas caídos na rota evolutiva, desviados que foram por outros seres sumamente poderosos, embora intencionalmente voltados para o mal; os magos negros.
Quando os Guardiões aprisionam estes quiumbas, os levam a determinados postos corretivos no astral, onde ficarão recebendo um tratamento que lhes facultará a retomada de sua linha evolutiva afim e o possível reencarne. Dissemos possível pelo fato de muitos deles não terem condições vibratórias de reencarnarem, pois que seus corpos astrais se encontram em terrível desajuste e mesmo suas mentes estão em tal estado de revolta e ódio que seria prejudicial a si e as outras pessoas o passe reencarnatório. 
Mas perguntará o leitor: já não encarnam tantos assassinos, facínoras e corruptos? Como estes conseguem o tal passe? E responderemos que estes se encontram nesta condição por já estarem extremamente melhorados e que as coisas no submundo astral são bem piores. 
Determinados assassinos que reencarnam (ou mais exatamente são como que “jogados” na roda da encarnação para reajustar-se com seus afins. Só o mal corrige o mal) já foram e vieram muitas e muitas vezes, sendo que o seu livre arbítrio se torna cada vez menor enquanto não corrigirem as suas ações. 
Para muitos o passe da reencarnação é vedado e são estes – os mais perigosos – aprisionados em sua consciência como se fossem certas formas ovóides, em estágio estacionário. Mas este é um aspecto dos mais terríveis e perturbadores e que deixaremos de citá-lo de forma mais aprofundada para não causar traumas ao inconsciente de muitos… 
É bom frisarmos que a Umbanda não doutrina o maniqueísmo, ou a dicotomia BEM/MAL como se Deus fosse um déspota que se deleitasse em ver seus filhos sofrendo num inferno eterno. A única coisa eterna é o bem, o Amor Cósmico; sendo o mal uma distorção destas realidades e um artifício utilizado pelo Criador, a fim de sabermos diferenciar o bem do mal. O inferno está na consciência de cada um, sendo esta direcionada e escalonada de acordo com as atitudes que se realizem durante as encarnações. Pois a verdade é uma só: podemos enganar aos outros, mas jamais enganaremos a nós mesmos, que somos testemunhas de nossos próprios atos, ninguém escapa do passado e os erros são contados e pesados não somente pelos Tribunais Cármicos, mas muito principalmente pela nossa própria consciência, pois quem já sentiu dentro de si uma fagulha que seja da Verdade e do Amor das Almas, sabe o quanto pesa as atitudes passadas e os atos infelizes realizados contra a natureza e os semelhantes. 
E o que acontece com aqueles que não se questionam sobre seus atos? 
Estes, quando seu Karma se torna impraticável, repleto de ações negativas são direcionados a seus afins, para determinados planetas menos evoluídos ou mais primitivos que o nosso. Como? Se em nosso mundo que é uma casa abençoada necessitamos ainda pagarmos para nos alimentar, (o que já é resultado de excessivas ganâncias do passado…) embora não paguemos pela luz, ou pelo ar, existem mundos onde estas coisas são pagas, pois que estes seres formaram tal condição negativa sobre si que seus próprios atos os forçaram a construir uma sociedade afim a suas experiências passadas. 
Achamos importante, para esclarecer os irmãos umbandistas, repetir que fazer entregas em encruzilhadas de rua ou de cemitério é atividade perigosíssima, principalmente quando estas entregas levam elementos animais ou mesmo materiais densamente negativos. Repetimos que a Umbanda não usa matar animais em hipótese alguma, seja para louvar Orixás ou para resolver qualquer desmando com o baixo astral. A Umbanda também não usa colocar sangue na cabeça de seus iniciados. 
Acreditamos – pois temos certeza – de que o sangue atrai esta classe de espíritos do quais falamos. Os irmãos dos Cultos de Nação muitas vezes questionam a nós Umbandistas sobre o uso do sangue, alegando que este é Axé e que a sua utilização revitaliza todo o sistema magístico de um ritual; mas isto não faz parte da ritualística/doutrina da Umbanda Sagrada. Cada coisa no seu lugar, e cada liturgia na sua religião. 
Nós também cremos que o sangue é Axé, mas este só realiza sua função de Princípio e Poder de Realização quando no animal vivo. Matar um animal ou vários e entregá-los no seio da Natureza é uma violação e uma afronta a esta mesma natureza, pois as vibrações expressas em oferendas deste tipo agridem aos espíritos elementares que atuam nas matas e nas cachoeiras, espíritos estes que estão aprendendo e se adaptando às realidades que os aguardam e são agredidos com estas vibrações negativas. 

Do livro: “A Magia das Oferendas na Umbanda” – Autoria: Pai Juruá.

Ano Após Ano - André Luiz


Ninguém evolui num dia ou para um dia apenas.
Carecemos de tempo para entender o bem e praticá-lo diuturnamente, absorvendo-o em profundidade, na alma, para o eterno futuro.
Um só pensamento bom, um só ato digno, uma só lição assimilada, não nos bastam à melhoria. Necessário repetir testemunhos de aprendizado e renovação.
A fraternidade há de avivar-nos o raciocínio, vincar-nos a memória, calejar-nos a mãos, modelar-nos a vida.
Eis porque o espírita, na experi6encia terrestre, precisa repisar atitudes, transpirar no dever e persistir no posto individual de trabalho, ano após ano, para só então se sentir realmente sintonizado com os Bons Espíritos e com os desígnios do Alto, mantidos a seu respeito.
No setor administrativo da instituição doutrinária, há de conhecer tão bem o seu mister, que nenhuma decepção não mais o surpreenda.
No estudo, há de desarticular tantas mesas, consumir tantas cadeiras e deformar tantos livros e material correspondente, sem perceber, que duvidará de semelhantes desgastes.
Na mediunidade, há de amar e compreender tanto os espíritos e os homens que qualquer incompreensão não mais lhe fará perder a paciência.
Na exemplificação da verdade, há de se familiarizar tanto com as necessidades das criaturas que penetrará os anseios do próximo, em muitas ocasiões, apenas por vê-lo.
Na assistência social, há de se inteirar tanto dos menores problemas que lhe dizem respeito, segundo as épocas do ano, as pessoas, os desfavorecidos e os sofrimentos, que se espantará ao perceber o quanto conhece de ciência mental e vida prática.
No culto do Evangelho, há de abordar tantos temas e lições, enfrentando tantos imprevistos e dificuldades, que o terá para si na condição de tarefa claramente imprescindível.
Na imprensa e na tribuna espíritas, há de se habituar tanto com o manejo e os efeitos das palavras que as cultivará e selecionará com devotamento espontâneo.
No campo das provas necessárias, há de exercitar tanto entendimento e tanta paciência diante da dor, que acabará sofrendo todas as humilhações e tribulações da romagem terrestre com o equilíbrio de quem atingiu inarredável serenidade.
Confronta o teu período de conhecimento espírita com o serviço que apresentas na existência humana.
Lógica disciplinando diretrizes, esperança enriquecendo ideais, entendimento clareando destinos, o Espiritismo faz o máximo por nós, sendo sempre o mínimo o esforço que fazemos por ele, nos empreendimentos que nos cabem em auxílio a nós mesmos, no seio da Humanidade.

Do livro Sol nas Almas. Psicografia de Waldo Vieira.

O Poder Espiritualizador da Música


“Visto que nos encontramos neste estado degradado de imperfeição moral, será melhor sermos práticos, harmonizarmos nossa música e, pelo mesmo processo, começarmos a compor uma nova e melhor forma de arte. Uma arte de acentuada sublimidade poderá, por si só, levar-nos de volta aos céus.” — Bach
“Sinto-me obrigado a deixar transbordar de todos os lados as ondas de harmonia provenientes do foco da inspiração. Procuro acompanhá-las e delas me apodero apaixonadamente; de novo me escapam e desaparecem entre a multidão de distrações que me cercam. Daí a pouco, torno a apreender com ardor a inspiração; arrebatado, vou multiplicando todas as modulações, e venho por fim a me apropriar do primeiro pensamento musical. Tenho necessidade de viver só comigo mesmo. Sinto que Deus e os anjos estão mais próximos de mim, na minha arte, do que os outros. Entro em comunhão com eles, e sem temor. A música é o único acesso espiritual nas esferas superiores da inteligência.”— Beethoven
O presente estudo pretende refletir sobre a influência que a música, assim como as artes em geral, exerce sobre o comportamento espiritual do ser humano.

A Música e sua Origem Divina
De acordo com escrituras e mitologias de todos os povos a música, assim como as demais expressões da arte, foram trazidas aos homens pelos deuses. Na remota antiguidade, a música era empregada com a sagrada finalidade de reverenciar o Ser Supremo. Sua finalidade era a de expressar as cosmogonias, elevar a alma humana às alturas das esferas espirituais. Todas as expressões artísticas desenvolveram-se á luz dos ritos iniciáticos, com a finalidade de expandir a consciência dos inciados durante as cerimônias sagradas, abrindo-lhes a captação psíquica para experiências transcendentes.
Com o tempo a arte saiu do âmbito dos templos e do sagrado, vulgarizou-se, caiu na banalização das massas, passando a refletir seus instintos inferiorizados, anseios embrutecidos e a desmesurada ambição pelo lucro e a fama.

O Poder Oculto da Música
Atualmente a ciência, sobretudo no campo da medicina e da psicologia, vêm redescobrindo verdades e conhecimentos que os antigos sábios detinham sobre o poder oculto da música.
Hoje sabemos que basta estarmos no campo audível da música para que sua influência atue constantemente sobre nós, acelerando ou retardando, regulando ou desregulando as batidas do coração; relaxando ou irritando os nervos; influindo na pressão sanguínea, na digestão e no ritmo da respiração, exercendo alterações sobre os processos puramente intelectuais e mentais.
Modernos pesquisadores estão começando a descobrir que a música influi no caráter do indivíduo e, ao influir em seu caráter, significa alterar o átomo ou unidade básica — a pessoa — com a qual se constrói toda a sociedade.
Os grandes sábios da China antiga até o Egito, desde a Índia até a idade áurea da Grécia acreditavam que há algo imensamente fundamental na música que lhe dá o poder de fazer evoluir ou degradar completamente a alma do indivíduo e, desse modo, fazer ou desfazer civilizações inteiras.
Assim, “uma inovação no estilo musical tem sido invariavelmente seguida de uma inovação na política e na moral”, conclui um estudioso moderno.

O Messias de Handel
A influência da música sobre o nosso comportamento é algo que desperta cada vez mais o interesse dos estudiosos. Ela pode influenciar no comportamento de toda uma nação, como por exemplo ocorreu com o rei George III, na Abadia de Westminster, durante uma apresentação de Handel. A certa altura da apresentação da obra o Messias (o coro da Aleluia) (clique e ouça) o rei se pôs em pé, sinal para que todo o público se levantasse. Ele estava chorando. Nada jamais o comovera tão vigorosamente. Dir-se-ia um grande ato de assentimento nacional às verdades fundamentais da religião.
Os diferentes tipos de música levam-nos a manifestar comportamento mentais-emocionais específicos. Em certas circunstâncias, somos induzidos a alterar procedimentos em função dos diferentes estados de consciências que a música, involuntariamente, pode nos levar a alcançar. Assim, sob sua influência, podemos tomar a decisão impulsiva e decisiva para iniciar ou terminar um determinado relacionamento amoroso, ou ainda, quem sabe, aumentar ou diminuir a velocidade de nosso carro num lugar inapropriado.

Rossini fala a Kardec sobre a Música Espírita
Em contatos com Allan Kardec, nas reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, o espírito do músico e compositor clássico Gioachino Rossini, por solicitação do codificador, falou sobre alguns aspectos espirituais da música e sua influência no comportamento espiritual do homem.
Rossini fora um músico extremamente bem sucedido, tendo recebido do rei de França os cargos de Primeiro Compositor do Rei e Inspetor Geral de Canto, recebendo um salário invejável. Esbanjou talento — foi contratado exclusivo do Teatro de Milão durante vinte anos, autor de 30 óperas, reconhecido como a “personalidade mais brilhante que jamais dourou as páginas do livro musical do mundo contemporâneo”.
Mas, no além, diante da solicitação de Allan Kardec, ele se julga incapacitado para discorrer a respeito da finalidade transcendente da música, prometendo estudar o assunto, lá, nos domínios espirituais para, numa outra oportunidade, voltar a falar aos membros da Sociedade.
Lembra Rossini ao codificador do espiritismo que a embriaguez do êxito, a complacência dos amigos e as lisonjas dos cortejadores muitas vezes lhe tiraram o meio de reconhecer suas fraquezas morais, turvando-lhe o discernimento sobre a sublime finalidade da arte musical.
Numa posterior comunicação ele volta para expor suas novas idéias. Começa redefinindo o conceito de harmonia, comparando-a com a luz. Assim ele se expressa: “Fora do mundo material, isto é, fora das causas tangíveis, a luz e a harmonia são de essência divina. A posse de uma e outra está na razão dos esforços empregados para adquiri-las, elas que são duas sublimes alegrias da alma, filhas de Deus e, portanto, irmãs”, querendo dizer com isso que um refinado executante ou ouvinte de música, do ponto de vista espiritual, é alguém que conquistou algo de luz e harmonia em si mesmo.

A Harmonia é um Sentido Íntimo da Alma
O espírito de Rossini inicia sua mensagem propondo um novo conceito sobre a expressão HARMONIA, comparando-a com a luz. Para ele, ambas são uma espécie de sentidos íntimos da alma, estados transcendentes do ser. Explica que a alma é apta a perceber a harmonia, mesmo sem o auxílio de qualquer instrumentação, como é apta a perceber a luz sem o concurso das combinações materiais.
“Quanto mais desenvolvidos são esses sentidos íntimos da alma, tanto melhor percebe ela a luz e a própria harmonia”, ensina.

As Diferentes Harmonias do Espaço
O espírito do grande maestro se diz espantado ao contemplar as diferentes harmonias do espaço. Diz serem constituídas por inúmeros e diferentes graus, conhecidos e desconhecidos, dispersos e ocultos no éter infinito. Essas diferentes harmonias, percebidas separadamente, constituem a harmonia particular de cada grau.
A boa música transporta a alma às elevadas esferas do mundo moral
Explica que nos graus inferiores, essas harmonias são elementares e grosseiras. Nos graus superiores, levam ao êxtase. Revela que “quando é dado ao espírito inferior deleitar-se com os encantos das harmonias superiores, o êxtase o arrebata e a prece lhe penetra o íntimo”. Informa que a música é um tipo de “encantamento que o transporta às elevadas esferas do mundo moral”. Imerso nas vibrações de uma música superior, o espírito então “entra a viver uma vida superior à sua e assim deseja continuar a viver para sempre”. Contudo, cessada a harmonia que o penetra, “ele desperta para a realidade da sua situação e, dos lamentos que lhe escapam por haver descido, nasce-lhe o desejo de adquirir forças para de novo elevar-se — e aí tem ele um grande motivo de emulação”.
Concluímos, portanto, que a música superior contribui para a elevação espiritual do ouvinte — ou do executante — quando dela sabe-se tirar bom proveito.
O espírito do músico atua sobre o fluido universal (ou energia cósmica) através de seu sentimento
O maestro Rossini ressalta que o espírito produz os sons que é capaz de saber e não consegue querer o que não sabe. “Assim, aquele que compreende muito, que tem em si a harmonia, que se acha dela saturado, que goza do seu sentido íntimo, desse nada impalpável, dessa abstração que é a concepção da harmonia, atua quando quer sobre o fluido universal que, instrumento fiel, reproduz o que ele concebe e deseja. O éter vibra sob a ação da vontade do espírito. A harmonia que o espírito traz em si concretiza-se, por assim dizer, evola-se, doce e suave, como o perfume da violeta, ou ruge como a tempestade, ou estala como o raio, ou solta queixumes como a brisa. É rápida como o relâmpago, ou lenta como a neblina; tem os despedaçamentos de um soluço, ou é contínua como a relva; é precipitada qual catarata, ou calma como um lago; murmura como um regato, ou ronca como uma torrente. Ora apresenta a rudeza agreste das montanhas, ora a frescura de um oásis; é alternativamente triste e melancólica como a noite, leda e jovial como o dia; caprichosa como a criança, consoladora como uma paixão, límpida como o amor e grandiosa como a Natureza. Quando chega a este último terreno, confunde-se com a prece, glorifica a Deus e leva ao arroubamento aquele mesmo que a produz, ou a concebe”, esclarece poeticamente o maestro.
Pela música, o espírito faz ressoar no éter a harmonia que traz em si.
Rossini explica que o sentimento da harmonia é como o espírito que tem a riqueza intelectual: um e outro possuem constantemente da propriedade inalienável que conquistaram pelo esforço esforço.
“Pela música, o espírito faz ressoar no éter a harmonia que traz em si”, define o maestro.
Assim como o espírito inteligente, que ensina a sua ciência aos que ignoram, experimenta a ventura de ensinar, porque sabe que torna felizes aqueles a quem instrui, também o espírito que faz ressoar no éter os acordes da harmonia que traz em si experimenta a felicidade de ver satisfeitos os que o escutam.
Para ele, “a harmonia, a ciência e a virtude são as três grande concepções do espírito: a primeira o arrebata, a segunda o esclarece, a terceira o eleva. Possuídas em toda a plenitude, elas se confundem e constituem a pureza”.

A Música é o Médium da Harmonia
Explica o maestro que “o compositor que concebe a harmonia a traduz na grosseira linguagem chamada música, concretiza a sua idéia e a escreve e, embora desvirtuada pelos agentes da instrumentação e da percepção, a música sempre causa impressões nos que a ouvem traduzida. Essas sensações são a harmonia. A música as produz. As sensações são efeito da música. Esta é posta a serviço do sentimento para ocasionar a sensação. O sentimento, na composição, é a harmonia; a sensação. No ouvinte, é também a harmonia, com a diferença de que é concebida por um e recebida pelo outro. A música é o médium da harmonia. Ela a recebe e a dá, como o refletor é o médium da luz, como tu és o médium dos espíritos. É concebida pela alma e transmitida à alma”.
A música espiritualizada é essencialmente moralizadora
Extraordinária diferença há na concepção e apreciação da música entre homens e espíritos: enquanto na terra tudo é grosseiro, os espíritos, contudo, possuem a percepção direta.
“É possível expor os fatos que os sentimentos íntimos provocam, defini-los, descrevê-los, mas, os sentimentos, esses se conservam inexplicados. A música pode provocar sentimentos diferentes em cada pessoa porque as mesmas causas geram efeitos contrários. Em física isto não existe, mas em metafísica existe. Existe, porque o sentimento é propriedade da alma e as almas diferem de sensibilidade entre si, de impressionabilidade, de liberdade. A música, que é a causa segunda da harmonia percebida, penetra e transporta a um, deixando frio e indiferente a outro. É que o primeiro se acha em estado de receber a impressão que a harmonia produz, ao passo que o segundo se acha em estado oposto: ele ouve o ar que vibra, mas não compreende a idéia que lhe traz. Este chega a entediar-se e a adormecer, enquanto que aquele outro se entusiasma e chora. Evidentemente, o homem que goza as delícias da harmonia é muito mais elevado, mais depurado, do que aquele em quem ela não logra penetrar. Sua alma, mais apta a sentir, desprende-se mais facilmente e a harmonia lhe auxilia o desprendimento, transporta-a e lhe permite ver melhor o mundo moral. Deve-se concluir daí que a música é essencialmente moralizadora, uma vez que traz a harmonia às almas e que a harmonia as eleva e engrandece”.

A Música exerce influência sobre a Alma e seu Progresso
O grande músico traz a Allan Kardec um interessante conceito sobre o poder espiritualizador da música: “A harmonia (expressa pela música) coloca a alma sob o poder de um sentimento que a desmaterializa”. Isto sifnifica que a harmonia, expressa pela boa música, acelera nossas vibrações, permitindo-nos sentimentos de acesso espiritual a dimensões que não conseguimos alcançar comumente.
“Este sentimento existe em certo grau, mas desenvolve-se sob a ação de um sentimento similar mais elevado. Aquele que esteja desprovido de tal sentimento é conduzido gradativamente a adquiri-lo, acaba deixando-se penetrar por ele e arrastar ao mundo ideal, onde esquece, por instantes, os prazeres inferiores que prefere à divina harmonia”.
Podemos refletir aqui o poder e a responsabilidade que possui um artista espiritualizado e consciente, pois que lhe é dado arrebatar, pela emoção superior, as almas dos homens às alturas das esferas transcendentes, assim como ele próprio pela mesma música é arrebatado.

A Música Reflete a Alma do Compositor
Rossini lembra que se considerarmos que a harmonia sai do concerto do espírito, podemos deduzir que a música exerce salutar influência sobre a alma (que é, em verdade, o espírito encarnado) e a alma que a concebe também exerce influência sobre a música. Há uma simbiose entre o artista e sua obra, uma vez que eles se confundem no resultado final. “A alma virtuosa, que nutre a paixão do bem, do belo, do grandioso e que adquiriu harmonia, produzirá obras-primas capazes de penetrar as mais endurecidas almas e de comovê-las. Se o compositor é terra-a-terra, como poderá exprimir a virtude de que desdenha, o belo que ignora e o grandioso que não compreende? Suas composições refletirão seus gostos sensuais, sua leviandade, sua negligência. Serão, ora licenciosas, ora obscenas, ora cômicas, ora burlescas, comunicando aos ouvintes os sentimentos que exprimem e os perverterão, em vez de melhorá-los”.
Essa dissertação nos faz meditar que é melhor termos mais cuidado com o nosso cardápio musical, muitas vezes digerido, involuntariamente, por coação dos meios de comunicação alienadores. É bom perguntar: em que tipo de música andamos refletindo os nossos gostos íntimos?

A educação espiritual aprimorará o gosto das pessoas pela música
Rossini esclarece que o Espiritismo, ao moralizar os homens, exercerá uma grande influência sobre a música. Produzirá mais compositores virtuosos, que transfundirão suas virtudes ao fazerem ouvidas suas composições. “Rir-se-á menos; chorar-se-á mais; a hilaridade cederá lugar à emoção, a fealdade à beleza e o cômico à grandiosidade”.
Por outro lado, “os ouvintes que o espiritismo dispuser a receber facilmente a harmonia se elvarão, ouvindo a música séria, de verdadeiro encanto; desprezarão a música frívola e licenciosa, que seduz as massas”.
Sobre a sublimação da arte musical, o autor ainda revela a Allan Kardec: “Quando o grotesco e o obsceno forem varridos pelo belo e pelo bem, desaparecerão os compositores daquela ordem, porquanto, sem ouvintes, nada ganharão, e é para ganhar que eles se emporcalham”.

O Espiritismo exercerá influência sobre as Artes
O espiritismo terá influência sobre a música, prossegue. “Seu advento transformará a arte, depurando-a. Sua origem é divina, sua força o levará a toda parte onde haja homens para amar, para elevar-se e para compreender. Ele se tornará o ideal e o objetivo dos artistas. Pintores, escultores, compositores, poetas irão buscar nele suas inspirações e ele lhas fornecerá, porque é rico, é inesgotável”.
E sobre si mesmo, faz uma interessante revelação: “O espírito do maestro Rossini voltará, numa nova existência, a continuar a arte que ele considera a primeira de todas. O espiritismo será seu símbolo e o inspirador de suas composições”.

FONTE: Estudo elaborado sobre comunicações do espírito do maestro e compositor Gioachino Rossini, ocorridas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, cujo tema é “Música Espírita”, contido no livro Obras Póstumas, de Allan Kardec.
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